Petroquímica

Cotação da nafta petroquímica cai para US$ 874

Menor nível da principal matéria-prima da indústria petroquímica brasileira em 2014.

Valor Online
16/10/2014 13:16
Visualizações: 460 (0) (0) (0) (0)

A forte desvalorização do preço internacional do petróleo, diante da lenta retomada das principais economias do mundo e da oferta abundante da commodity, e a crescente exportação de nafta de xisto a partir dos Estados Unidos levaram o preço da nafta, principal matéria-prima da indústria petroquímica brasileira, a atingir em outubro o menor nível de 2014.

Na média do ano, porém, o valor ainda é maior do que o praticado em 2013 e, apesar do viés de baixa para as cotações no curto prazo, a avaliação de especialistas é que indústrias que não forem competitivas serão perdedoras na disputa por um mercado que reduziu os níveis de consumo.

Segundo o relatório QuiMax, da consultoria MaxiQuim em parceria com a IHS, o preço médio da tonelada da matéria-prima neste mês no Brasil deve ficar em US$ 874, o mais baixo do ano - de dezembro de 2013 até agosto de 2014, a cotação esteve acima da casa de US$ 900 por tonelada. Na média dos dez meses do ano, porém, a tonelada da matéria-prima é de US$ 922, 3% acima do valor verificado no mesmo intervalo de 2013.

A conversão dos preços para o real revela uma conta ainda mais pesada para a petroquímica nacional. De janeiro a outubro, a tonelada da nafta custou em média R$ 2.115 - 11% acima do preço médio de R$ 1.902 verificado em igual período de 2013. "O ano de 2015 não será fácil para a petroquímica no mundo. Quem tiver custos competitivos, como as americanas, vai ficar melhor", diz o diretor e sócio da MaxiQuim, João Luiz Zuñeda. "Apesar do viés de baixa, o valor da matéria-prima no Brasil ainda é bastante elevado".

Segundo o especialista, por ora, as expectativas são ruins para o fim deste ano e início de 2015, em uma conjuntura que combina queda dos preços do petróleo, da nafta e das commodities agrícolas e incertezas quanto à evolução de importantes economias globais, como a alemã. "Nós temos mercado, mas é preciso ajustar nossos custos para que sejam competitivos, de forma a equilibrá-los com um mercado que não está consumindo tanto quanto antes", acrescenta Zuñeda.

Do lado do petróleo, o cenário sugere algum alívio para os preços globais da nafta, depois de a Agência Internacional de Energia (AIE) ter cortado a previsão para o crescimento da demanda em 2014 para o nível mais baixo em cinco anos, o que reforça a tendência de retração da commodity - na terça-feira, o barril tipo Brent, negociado em Londres, fechou a US$ 85,04, no menor valor desde novembro de 2010.

"A tendência é de queda dos preços da nafta, porque a economia europeia, que é base para a nafta ARA, não está se recuperando como era esperado, o que se reflete em preços menores do petróleo", explica Zuñeda. Além disso, os Estados Unidos, que há dois anos disputavam com o Brasil nafta no mercado internacional e eram, portanto, importadores da matéria-prima, passaram a exportar o insumo a partir da exploração do gás de xisto.

Conhecida nos Estados Unidos como gasolina natural, a nafta leve corresponde à fração líquida do gás de xisto, é mais barata que o derivado de petróleo e pode ser usada nas centrais petroquímicas base nafta. A Braskem, maior petroquímica das Américas, já teria importado o insumo americano.

Hoje, a Braskem importa 3 milhões das 10 milhões de toneladas de nafta que consome anualmente. As outras 7 milhões de toneladas são fornecidas pela Petrobras, dona de 36% do capital da petroquímica. Em agosto, diante do impasse de quase um ano na negociação dos termos do novo contrato de fornecimento da matéria-prima, Braskem e Petrobras acertaram um novo aditivo ao acordo - que venceu originalmente em fevereiro de 2014 -, que garante sua vigência até o encerramento de fevereiro de 2015.

A nova prorrogação garantiu a manutenção das condições do contrato de fornecimento, que vigorou nos últimos cinco anos.

Entre as quais está o volume fornecido, embora o preço estabelecido no acordo que deve ser desenhado até o começo do ano que vem vá ser ajustado retroativamente a 1º de setembro.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Geração
ABGD participa de Conferência Internacional em Foz do Ig...
06/11/24
Certificação
Foresea recebe, pelo quarto ano seguido, certificação de...
06/11/24
Flow Assurance Technology Congress
Da produção offshore à transição energética
06/11/24
E&P
ANP lança segunda fase do GeoMapsANP com novos dados e f...
06/11/24
ACORDO
ABNT adotará normas do American Petroleum Institute em d...
05/11/24
Gás Natural
BRAVA Energia inicia fornecimento de gás para Pernambuco
04/11/24
Evento
Projetos de P&D da Galp são destaque em evento da SPE Br...
04/11/24
Gás Natural
Preço do Gás Natural recua e Gasmig repassa queda ao con...
04/11/24
Investimento
PetroReconcavo anuncia investimento de mais de R$ 340 mi...
04/11/24
Etanol
Anidro e hidratado fecham a semana valorizados
04/11/24
BRANDED CONTENT
Estudo comprova eficiência do corte a plasma na manutenç...
02/11/24
Energia Elétrica
CCEE ajuda a reduzir custos na gestão da oferta e do con...
01/11/24
Energia Solar
Energia Solar Fotovoltaica: SDE discute potencial e prot...
01/11/24
Pré-Sal
FPSO Almirante Tamandaré chega ao Campo de Búzios
01/11/24
Pré-Sal
Com 3,681 de milhões de boe, pré-sal tem recorde de prod...
01/11/24
Evento
Inscreva-se agora: últimas vagas disponíveis para o 7º S...
01/11/24
Pré-Sal
MODEC contribui com quase 40% da produção da Petrobras e...
01/11/24
E&P
Navio-sonda NORBE VIII, da Foresea, deixa Baía de Guanab...
01/11/24
ANP
Oferta Permanente de Concessão (OPC): aprovada a indicaç...
01/11/24
ANP
Qualidade de produtos importados: ANP ajusta regras para...
31/10/24
GLP
ANP fará consulta prévia relativa a distribuição e reven...
31/10/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21