Internacional

Corrida pelo petróleo do Ártico alimenta disputa pela região

Países discutem redefinição de fronteiras marinhas para garantir exploração.

Redação, com agências
13/11/2013 12:50
Visualizações: 629 (0) (0) (0) (0)

 

Corrida pelo petróleo do Ártico alimenta disputa pela região
 
Derretimento das calotas polares com o aquecimento global acirra o interesse pelo petróleo do Ártico. Países já discutem redefinição de fronteiras marinhas para garantir direito de exploração.
Desde o final de setembro, trinta ativistas do Greenpeace estão presos na Rússia, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Alminhana Maciel. O motivou a prisão foi um protesto no Mar de Barents contra a exploração de petróleo no Ártico. Enquanto isso, um barco quebra-gelo russo conduz a tocha olímpica pelo Pólo Norte.
Em 2007, uma bandeira da Rússia foi colocada sobre o mar congelado dessa região, onde novamente o Exército desse país marca presença. O presidente russo, Vladimir Putin, não esconde seu interesse nos preciosos recursos enterrados no fundo do oceano no Ártico.
Estima-se que a região abrigue 13% das reservas de petróleo ainda não descobertas e 30% das de gás natural. O aumento constante do preço da energia e o derretimento das calotas polares, devido ao aquecimento global, só aumenta o interesse pelo Polo Norte.
A dura reação do governo russo em resposta ao protesto dos ativistas revela quão importante o Ártico é para o país. Enquanto o Greenpeace reforça sua campanha contra a exploração de petróleo no território gelado, a corrida pelos recursos minerais no polo continua.
Terra de muitos
As fronteiras no Oceano Ártico ainda não foram definidas. Quando os recursos estão localizados próximo à costa – até 200 milhas marítimas –, a soberania é clara. Mas estima-se que existam depósitos além desse limite. Como a previsão é que esses recursos offshore estejam mais acessíveis no futuro, os países com fronteira nessa região querem assegurar o direito ao acesso o mais rápido possível.
Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Noruega e Rússia, por exemplo, reivindicam a exploração do solo marítimo na região. A decisão sobre a reivindicação de territórios será tomada no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Direito Marítimo. Esses países já reuniram dados na tentativa de provar que o solo em questão é continuidade de sua plataforma continental.
No entanto, mesmo sem uma definição, esses países e também companhias petrolíferas já iniciaram seus negócios. Em 2010, Noruega e Rússia assinaram, por exemplo, um acordo sobre as fronteiras no Mar de Barents e no Oceano Ártico, facilitando a busca por petróleo na região.
Canadá, o país que possuiu atualmente a presidência do Conselho Ártico, já afirmou que o desenvolvimento no Polo Norte tem prioridade.Estados Unidos e Dinamarca aumentaram suas atividades no Ártico. A maioria dos países e das empresas estatais e privadas, como Rosneft, Statoil, Eni, ExxonMobil e Shell, estão na busca por petróleo.
Riscos para o meio ambiente
Depois do vazamento de petróleo no Golfo do México, em 2010, cresceram as preocupações sobre possíveis consequências de um acidente dessas dimensões no Ártico. A reação da indústria petrolífera foi criar um programa para estudar os riscos.
O site do programa reconhece que os desafios da exploração economica na região são maiores que em outros locais do mundo, devido ao gelo, às distâncias, condições climáticas e à falta de infraestrutura. Além disso, afirma que a indústria precisa assegurar o respeito ao meio ambiente e à população nativa.
O Greepeace afirma que isso não está acontecendo. Os ativistas temem os danos que o desenvolvimento industrial pode causar no meio ambiente naquela região. O petróleo se decompõe bem devagar em água gelada e ainda não há tecnologia para removê-lo completamente nessas condições. Até hoje, é possível encontrar vestígios do vazamento de um navio na costa do Alasca, que ocorreu em 1989.
Análises ambientais
A União Europeia também desenvolve um estudo sobre as consequências da exploração para o meio ambiente da região, que deve ser publicado em 2014. Segundo o Centro Ártico da União Europeia na Finlândia, os efeitos desse negócio para a população local seriam enormes, enquanto os lucros financeiros seriam revertidos para regiões distantes.
Apesar das ressalvas, a União Europeia vê o Polo Norte como uma fonte futura de petróleo e gás. que poderia assegurar o abastecimento energético nas próximas décadas. Já os ativistas do Greenpeace lutam pela criação de uma área de proteção ambiental em torno da região. Além do ecossistema, a campanha visa proteger o clima global.
Juntamente com outras organizações, o Greenpeace chama a atenção para os efeitos sobre o clima com o uso de combustíveis fósseis. Se explorado, a queima do petróleo do Polo Norte impulsionaria o aquecimento global e aceleraria o derretimento das calotas polares. Para evitar um aquecimento maior do que 2°C, dois terços dos recursos minerais precisariam permanecer no solo, segundo uma análise da Agência Internacional de Energia.

Derretimento das calotas polares com o aquecimento global acirra o interesse pelo petróleo do Ártico. Países já discutem redefinição de fronteiras marinhas para garantir direito de exploração.


Desde o final de setembro, trinta ativistas do Greenpeace estão presos na Rússia, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Alminhana Maciel. O motivou a prisão foi um protesto no Mar de Barents contra a exploração de petróleo no Ártico. Enquanto isso, um barco quebra-gelo russo conduz a tocha olímpica pelo Pólo Norte.


Em 2007, uma bandeira da Rússia foi colocada sobre o mar congelado dessa região, onde novamente o Exército desse país marca presença. O presidente russo, Vladimir Putin, não esconde seu interesse nos preciosos recursos enterrados no fundo do oceano no Ártico.


Estima-se que a região abrigue 13% das reservas de petróleo ainda não descobertas e 30% das de gás natural. O aumento constante do preço da energia e o derretimento das calotas polares, devido ao aquecimento global, só aumenta o interesse pelo Polo Norte.


A dura reação do governo russo em resposta ao protesto dos ativistas revela quão importante o Ártico é para o país. Enquanto o Greenpeace reforça sua campanha contra a exploração de petróleo no território gelado, a corrida pelos recursos minerais no polo continua.


Terra de muitos


As fronteiras no Oceano Ártico ainda não foram definidas. Quando os recursos estão localizados próximo à costa – até 200 milhas marítimas –, a soberania é clara. Mas estima-se que existam depósitos além desse limite. Como a previsão é que esses recursos offshore estejam mais acessíveis no futuro, os países com fronteira nessa região querem assegurar o direito ao acesso o mais rápido possível.


Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Noruega e Rússia, por exemplo, reivindicam a exploração do solo marítimo na região. A decisão sobre a reivindicação de territórios será tomada no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Direito Marítimo. Esses países já reuniram dados na tentativa de provar que o solo em questão é continuidade de sua plataforma continental.


No entanto, mesmo sem uma definição, esses países e também companhias petrolíferas já iniciaram seus negócios. Em 2010, Noruega e Rússia assinaram, por exemplo, um acordo sobre as fronteiras no Mar de Barents e no Oceano Ártico, facilitando a busca por petróleo na região.


Canadá, o país que possuiu atualmente a presidência do Conselho Ártico, já afirmou que o desenvolvimento no Polo Norte tem prioridade.Estados Unidos e Dinamarca aumentaram suas atividades no Ártico. A maioria dos países e das empresas estatais e privadas, como Rosneft, Statoil, Eni, ExxonMobil e Shell, estão na busca por petróleo.


Riscos para o meio ambiente


Depois do vazamento de petróleo no Golfo do México, em 2010, cresceram as preocupações sobre possíveis consequências de um acidente dessas dimensões no Ártico. A reação da indústria petrolífera foi criar um programa para estudar os riscos.


O site do programa reconhece que os desafios da exploração economica na região são maiores que em outros locais do mundo, devido ao gelo, às distâncias, condições climáticas e à falta de infraestrutura. Além disso, afirma que a indústria precisa assegurar o respeito ao meio ambiente e à população nativa.


O Greepeace afirma que isso não está acontecendo. Os ativistas temem os danos que o desenvolvimento industrial pode causar no meio ambiente naquela região. O petróleo se decompõe bem devagar em água gelada e ainda não há tecnologia para removê-lo completamente nessas condições. Até hoje, é possível encontrar vestígios do vazamento de um navio na costa do Alasca, que ocorreu em 1989.
Análises ambientais


A União Europeia também desenvolve um estudo sobre as consequências da exploração para o meio ambiente da região, que deve ser publicado em 2014. Segundo o Centro Ártico da União Europeia na Finlândia, os efeitos desse negócio para a população local seriam enormes, enquanto os lucros financeiros seriam revertidos para regiões distantes.


Apesar das ressalvas, a União Europeia vê o Polo Norte como uma fonte futura de petróleo e gás. que poderia assegurar o abastecimento energético nas próximas décadas. Já os ativistas do Greenpeace lutam pela criação de uma área de proteção ambiental em torno da região. Além do ecossistema, a campanha visa proteger o clima global.


Juntamente com outras organizações, o Greenpeace chama a atenção para os efeitos sobre o clima com o uso de combustíveis fósseis. Se explorado, a queima do petróleo do Polo Norte impulsionaria o aquecimento global e aceleraria o derretimento das calotas polares. Para evitar um aquecimento maior do que 2°C, dois terços dos recursos minerais precisariam permanecer no solo, segundo uma análise da Agência Internacional de Energia.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
PPSA
Leilão de Áreas Não Contratadas será realizado em dezembro
26/08/25
IBP
Desafio iUP Innovation Connections inicia etapa de capac...
25/08/25
Transição Energética
Fórum Nordeste 2025 discute energias renováveis, sustent...
25/08/25
Margem Equatorial
10 perguntas e respostas sobre a Avaliação Pré-Operacion...
25/08/25
Internacional
UNICA participa de encontro internacional na Coreia de S...
25/08/25
Reconhecimento
HPG Lab é premiado no Prêmio Inventor Petrobras 2025 com...
25/08/25
Combustíveis
Etanol anidro recua e hidratado sobe na semana de 18 a 2...
25/08/25
Firjan
Rede de Oportunidades na Navalshore 2025 bate recorde de...
22/08/25
Mobilidade Sustentável
Shell Eco-marathon Brasil 2025 desafia os limites da mob...
22/08/25
Evento
Cubo Maritime & Port completa três anos acelerando desca...
22/08/25
IBP
27º Encontro do Asfalto discute futuro da pavimentação c...
22/08/25
RenovaBio
ANP aprova primeiro certificado da produção eficiente de...
22/08/25
Pessoas
Bruno Moretti é o novo presidente do Conselho de Adminis...
22/08/25
Gasodutos
ANP realizará consulta pública sobre propostas tarifária...
21/08/25
Combustíveis
Revendedores de combustíveis: ANP divulga orientações de...
21/08/25
Firjan
Investimentos no estado do Rio de Janeiro podem alcançar...
21/08/25
Energia Solar
Thopen inaugura 6 usinas solares e amplia atuação no Par...
21/08/25
Meio ambiente
15 anos depois, artigo técnico sobre emissões fugitivas ...
21/08/25
ANP
Artur Watt Neto e Pietro Mendes são aprovados para diret...
21/08/25
Negócio
KPMG: fusões e aquisições em petróleo têm recuo de quase...
20/08/25
Petrobras
Construção da primeira planta de BioQAV e diesel renováv...
20/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.