Redação/Broadcast Agro
A Copersucar concluiu nesta semana a certificação das suas 34 usinas associadas para emissão dos Créditos de descarbonização (Cbio), do programa Renovabio. Em entrevista ao Broadcast Agro, a gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da companhia, Monica Jaén, afirmou que o processo ocorreu dentro do tempo esperado, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, e que a empresa acredita no potencial do programa, que é a principal proposta do governo para incentivar a produção de biocombustíveis.
A executiva lembrou que no início da certificação, como parte de uma curva de aprendizado, a empresa demorou um pouco para dar entrada nas solicitações, mas depois que a documentação foi ajustada o processo continuou caminhando bem, ainda que diante dos desafios criados pela pandemia. "Nós já esperávamos ter todas as usinas certificadas nesse período do ano, não havia preocupação de que a certificação não fosse sair. Além disso, não tivemos nenhum atraso no processo, com a ANP sempre muito atuante", disse.
A última usina da empresa foi certificada no dia 29 de junho e obteve nota de 7,6 em Eficiência Energética-Ambiental, o melhor resultado dentre todos os 220 produtores certificados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A usina fica localizada em Sertãozinho, no Estado de São Paulo. Com essa última certificação, a Copersucar estima que as suas usinas associadas podem gerar até 6 milhões de Cbios por ano, o que equivale a neutralização de 6 milhões de toneladas de carbono. O número considera o volume de etanol a ser comercializado no mercado interno.
A partir de agora, o foco da empresa é aumentar a nota das outras usinas certificadas. De acordo com Monica, caso haja esse ganho energético, por meio de elegibilidade de áreas, por exemplo, eles podem entrar com um pedido de nova certificação. Na prática, a certificação das usinas vale por três anos e pode ser renovada com base no monitoramento mensal. Notas maiores elevam o potencial de escrituração dos Cbios.
O pós-pandemia, na visão de Monica, vai reforçar a necessidade de direcionar uma atenção maior às causas ambientais, o que deve ajudar a consolidar o Renovabio no Brasil. "Há uma visão de como as ações humanas realmente interferem. Quando paramos em casa durante a quarentena, chegamos a ver uma melhoria na qualidade do ar em muitas cidades. O CBio vem para ajudar nesse sentido e não tenho dúvida de que isso vai ser muito importante", disse ela ao Broadcast Agro. A executiva acrescentou, ainda, que 2020 é um ano de ajustes no programa, mas também é o momento de divulgá-lo para o mundo, já que os ativos também podem ser adquiridos por investidores internacionais, e não apenas pelas distribuidoras.
A executiva também comentou a importância de incentivos legais para que o setor possa aproveitar as oportunidades que o programa oferece, de aumentar a participação do etanol no mercado de combustíveis e estimular a utilização da energia renovável. "É um programa que ainda está em amadurecimento, mas nosso papel é trabalhar para chegar no melhor modelo possível", destacou. O Renovabio tem como objetivo o crescimento da produção alcooleira, o que deve levar a preços mais baixos nas bombas, incentivando o consumidor final a abastecer mais o automóvel com o biocombustível.
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