Energia Elétrica

Conta de escassez hídrica será paga pelo consumidor até 2027

Crise no setor elétrico, em 2021, gerou prejuízo superior a R$13 bilhões às distribuidoras e o valor do empréstimo será diluído em 54 parcelas

Redação TN/Assessoria
20/09/2022 12:06
Conta de escassez hídrica será paga pelo consumidor até 2027 Imagem: Mariana Pekin Visualizações: 1378 (0) (0) (0) (0)

Os consumidores irão arcar com os custos de mais um empréstimo acarretado pelas distribuidoras de energia decorrente da crise hídrica e energética de 2021. Ano passado, com o acionamento das termelétricas do Brasil, executado para suprir a necessidade de geração de energia, as distribuidoras acumularam um prejuízo superior a R$13 bilhões. Com isso, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou uma operação de empréstimo, com a publicação da Resolução Normativa 1.008/2022, que estabelece os critérios e procedimentos para a operação da Conta Escassez Hídrica.

A Conta Escassez Hídrica é uma operação estruturada em conjunto pelo Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério da Economia (ME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), sendo administrada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e o valor bruto aprovado foi de R$ 10,5 bilhões, que serão repassados às distribuidoras em duas parcelas, ao custo total de CDI (Certificados de Depósitos Interbancários) mais 2,80% ao ano.

O dinheiro será rateado entre as distribuidoras de acordo com a soma dos prejuízos pelo déficit de arrecadação das bandeiras tarifárias, crédito dado aos consumidores que reduziram o consumo de energia no período através do Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica, importação de energia realizada em 2021 e futuros reajustes que já estavam previstos durante o período da crise. 

Para João Sanches (foto), CEO da Trinity Energia Renováveis, uma das maiores gestoras de energia livre no país, “o intuito deste novo empréstimo é evitar maiores reajustes tarifários no ano de 2022 para os consumidores e diluir os prejuízos financeiros acarretados pelas distribuidoras. Contudo, os consumidores de energia pagarão por esse financiamento por meio de um novo encargo a partir de 2023 e, dessa forma, o aumento, que seria imediato, agora será diluído em 54 parcelas, entre julho de 2023 e dezembro de 2027”, complementa o especialista no setor.

O valor da primeira parcela, de R$ 5,3 bilhões, está previsto para cobrir a maior parte dos prejuízos, quanto à segunda parcela, de R$5,2 bilhões, a ANEEL ainda irá decidir se realmente será necessária, definindo a liberação total ou parcial do crédito, considerando os valores apurados e liquidados pela CCEE. Se liberados, os repasses irão ocorrer de forma mensal até fevereiro de 2023. 

O efeito do empréstimo da Conta de Escassez Hídrica, permitiu que os consumidores tivessem redução de tarifa em média de 2,69% esse ano. Mas, assim como os outros empréstimos realizados pelas distribuidoras, o consumidor cativo irá começar a pagar o financiamento a partir do ano que vem.  

Para João Sanches é importante destacar que cada distribuidora adquiriu um valor diferente de empréstimo, portanto, o encargo será calculado separadamente por cada distribuidora em seus respectivos processos tarifários.

“De acordo com a resolução, os encargos referentes a Tarifa de Energia também serão devidos pelos titulares das unidades consumidoras que tenham comunicado à distribuidora a opção de migração para o ACL (Ambiente de Contratação Livre) a partir de 13 de dezembro de 2021 e estes permanecerão obrigados ao pagamento da totalidade dos componentes tarifários associados à Conta de Desenvolvimento Energético - CDE-Escassez Hídrica - mesmo após a migração para o mercado livre, até a quitação do total do empréstimo em 2027”, afirma Sanches. 

A isenção dessa conta fica para unidades consumidoras que nascem no mercado livre (sem passagem no mercado cativo), que certamente não arcarão com os custos do encargo referente a tarifa de energia da CDE Escassez Hídrica. Mas, é importante ressaltar que a parcela do TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) da CDE Escassez Hídrica será devida a todos os consumidores: cativos, livres ou em processo de migração. 

Em virtude do cenário atual os novos contratos CUSD (Contrato de Uso do Sistema de Distribuição) cativo e livre já estão sendo elaborados com a inclusão da cláusula da incidência dos encargos da CDE Escassez Hídrica, condicionado o deferimento da migração e a adesão à CCEE à pactuação dessa obrigação mediante assinatura do contrato firmado.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Segurança
Plataformas de petróleo offshore: nova tecnologia aument...
02/10/24
Biometano
Expansão da produção de biometano pode gerar 20 mil empr...
02/10/24
Drilling
Após 28 dias de manutenção programada em dique seco, Nor...
02/10/24
Oportunidade
ALE Combustíveis contrata profissionais e estagiários em...
02/10/24
Internacional
Petrobras poderá participar no bloco Deep Western Orange...
02/10/24
ANP
Mercado de lubrificantes: ANP divulga nova tabela com có...
02/10/24
ROG.e 2024
Merax se destaca na ROG.e 2024: Uma vitrine global para ...
01/10/24
Negócio
bp conclui aquisição da propriedade total da BP Bunge Bi...
01/10/24
ANP
Com 4,345 milhões de boe/d, produção de agosto superou a...
01/10/24
Resultado
Posidonia Alcança marcos importantes com novos contratos...
01/10/24
Parceria
CBMM inicia teste de uso de BioGLP em parceria com Ultra...
01/10/24
Seminário
Seminário promovido pela Austral Seguradora discute o pa...
01/10/24
Evento
Sergipe celebra Dia do Petróleo e reforça posição estrat...
01/10/24
Pré-Sal
EBR entrega módulos que serão instalados na FPSO P-79, d...
01/10/24
TN 151 - Especial ROG.e 2024
A reinvenção dos campos maduros offshore
30/09/24
ROG.e 2024
Forte presença da Oil States na ROG.e
30/09/24
Apoio Offshore
Oceânica promove campanhas em torno da saúde e do bem-estar
30/09/24
Meio Ambiente
Diante da crise climática, gigantes como Petrobras, Bras...
30/09/24
Pernambuco
Porto de Suape irá receber R$ 2 bilhões com a instalação...
30/09/24
Apoio Offshore
Estudo mostra possível redução nas emissões de poluentes...
30/09/24
Etanol
Hidratado valoriza 2,28% na semana e anidro volta a subi...
30/09/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

20