A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) espera fechar 2012 com a movimentação de 98,8 milhões de toneladas de mercadorias pelo Porto de Santos, superando em 1,9% o volume previsto para este ano. Estas informações constam do balanço anual da Docas, divulgado na quarta-feira (21).
O montante de mercadorias esperadas para o próximo ano é menor que a projeção traçada um ano atrás para 2011. À época, esperava-se que 100 milhões de toneladas passassem neste ano pelo cais santista. Depois de dez meses, a nova previsão para fechamento do ano é mais modesta, de 96,9 milhões de toneladas. Ainda assim, se confirmada, esta representará aumento de 1% frente ao resultado de 2010 (96 milhões de toneladas).
Os baixos índices de crescimento previstos para o porto, tanto para este como para o próximo ano, se devem à crise que afeta a economia mundial, prejudicando o poder de compra dos principais parceiros comerciais do Brasil, segundo a estatal.
No decorrer de 2011, a Docas corrigiu suas projeções para este ano à medida que algumas cargas tiveram movimentações menores que as esperadas. O açúcar, por exemplo, recuou 15% na comparação com 2010, no período entre janeiro e outubro. Em contrapartida, o crescimento de outros artigos, como o milho (8,7%), o óleo diesel (29,2%) e o adubo (80,2%), sustentou, até aqui, o crescimento na movimentação em 2011.
O aumento será garantido, segundo a Docas, pela expansão nas exportações e nas importações nos três principais segmentos: cargageral (principalmente contêineres e veículos), granéis sólidos (como soja, enxofre e açúcar), granéis líquidos (amônia e álcool, em especial). Para o cálculo, foram utilizados os resultados do período de janeiro a outubro, fornecidos pelas empresas arrendatárias de terminais, e projeções dos dois últimos meses do ano, pois os números reais de novembro e dezembro ainda não foram computados.
No segmento carga geral, os terminais portuários devem atingir, em 2012, 37,57 milhões de toneladas, o que representará crescimento de 2,9% diante da previsão final de 2011 (36,5 milhões de toneladas). Ainda será, contudo, pouco abaixo do previsto inicialmente para 2011 (37,66 milhões de toneladas).
Os contêineres formarão a maior parte deste montante, com 33,4 milhões de toneladas em 2012. Em TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), espera-se somar 3,09 milhões - 5% a mais que a estimativa de fechamento para este ano, 2,94 milhões de TEUs.
A Docas foi comedida em sua projeção para movimentação de veículos em 2012. Logo após anunciar a licitação de um novo terminal para este tipo de carga, onde hoje está a Favela da Prainha, em Guarujá, a empresa espera um crescimento de apenas 1% na movimentação, com 411,7 mil unidades importadas ou exportadas. A parcimônia leva em conta a decisão do Governo Federal de aumentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos importados com menos de 65% das peças feitas no país.
Os líquidos a granel somarão 16,7 milhões de toneladas em 2012, segundo a Docas. Será um crescimento de 4,2% sobre a previsão final de 2011. O balanço destacou o crescimento esperado na movimentação de amônia (34,5%) e álcool (25,2%).
Por último, os sólidos a granel deverão somar 44,5 milhões de toneladas no próximo ano, superando em 0,2% a projeção para 2011. O volume é 6% menor que o previsto inicialmente para o exercício atual (47,3milhões de toneladas).
A previsão é bastante otimista para o complexo soja, com crescimento de 30% em 2012 ante 2011. Quanto ao açúcar, a previsão é de aumento de 15%, repondo as perdas registradas este ano.