Pré-Sal
Jornal do Commercio
Shell e Chevron devem reforçar a aposta na busca por reservas do pré-sal no norte da Bacia de Campos, onde a Petrobras tem descobertas com até 2 bilhões de barris no complexo batizado de Parque das Baleias. As duas empresas estão finalizando projetos de produção de petróleo em reservatórios acima do sal na região e esperam a extração do primeiro óleo para definir a perfuração de poços no pré-sal.
A anglo-holandesa Shell mira as reservas abaixo do sal no bloco BC-10, onde está o complexo petrolífero Parque das Conchas, que começa a produzir petróleo no segundo semestre. “Sim, nós temos planos de perfurar o pré-sal mas ainda não sabemos quando”, afirmou o gerente da companhia responsável pelo projeto BC-10, Kent Stingl. Segundo ele, o tema entrará na pauta assim que forem concluídos os trabalhos de desenvolvimento da produção na área.
Mesma estratégia tem a Chevron, que finaliza a instalação da plataforma do campo de Frade, também no Norte de Campos. “Estamos concluindo o desenvolvimento da produção e depois voltaremos com mais trabalho exploratório (em busca do pré-sal)”, disse o presidente da Chevron África e América Latina, Ali Moshiri. Assim como o Parque das Conchas, Frade entrará em operação até o fim do ano. Será a primeira produção de petróleo da Chevron no País.
Localizado em frente ao litoral do Espírito Santo, o norte da Bacia de Campos é considerado, em potencial de reservas, o segundo polo de exploração do pré-sal no País, atrás apenas da província descoberta na Bacia de Santos, onde estão campos como Tupi, Iara e Guará. No entanto, o campo de Jubarte, em Campos, foi escolhido para inaugurar a nova fase de extração do pré-sal, pois fica mais perto do continente e já tinha uma plataforma instalada.
O Parque das Conchas, operado pela Shell em parceria com a Petrobras e a indiana OGNC, está localizado entre duas descobertas do pré-sal - Jubarte e o projeto Wahoo, operado pela Anadarko. Os sócios no BC-10, porém, ainda não perfuraram nenhum poço em busca de reservas abaixo do sal até o momento.
PRODUÇÃO. A primeira produção será em reservatórios mais rasos, nos campos de Abalone, Ostra e Argonauta. Orçado em US$ 3 bilhões, o projeto deve atingir sua capacidade total de 100 mil barris por dia no início do ano que vem. A Shell já produz petróleo no Brasil, no campo de Bijupirá-Salema, na região central da Bacia de Campos e é sócia de uma descoberta do pré-sal em Santos, batizada de Bem-te-vi.
Já em Frade, a Chevron pretende produzir até 90 mil barris por dia, com um investimento de US$ 2,8 bilhões, feito também em parceria com a Petrobrás e um consórcio japonês. Petrobrás e Chevron são parceiras também no campo de Papa Terra, que está em fase de licitação das plataformas de produção de petróleo. A possibilidade de reservas no pré-sal deve ser avaliada também nesta concessão.
Em evento relacionado ao Brasil durante a Offshore Technology Conference (OTC), Moshiri afirmou que o preço atual do petróleo não inviabiliza os investimentos atuais, segundo eles, “planejados com visão de longo prazo”. Em sua apresentação, o executivo disse que é grande a aposta da companhia no litoral brasileiro. “O Brasil é o País do futuro (para o setor de petróleo). É o único país no Hemisfério que tem condição de manter o crescimento dos investimentos”, afirmou.
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