Rio de Janeiro

Cadeia de petroquímica e de fertilizantes pode estimular R$ 20 bilhões em investimentos em gás natural no Rio

“Potencial do Gás Natural: Um Novo Ciclo para a Petroquímica no Rio de Janeiro”, estudo da Firjan SENAI, destaca que alta disponibilidade de gás natural pode acabar com a dependência de importação de produtos petroquímicos. Oferta do insumo produzido na costa fluminense pode aumentar em mais de três vezes e projetos na área de gás podem gerar mais 180 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Lançamento é nesta quinta-feira, às 16h, na Firjan

Redação TN Petróleo/Assessoria Firjan
23/06/2022 08:52
Cadeia de petroquímica e de fertilizantes pode estimular R$ 20 bilhões em investimentos em gás natural no Rio Imagem: Divulgação Visualizações: 2233

A partir do aumento da capacidade de escoamento e desenvolvimento de 4 hubs no estado, o Rio de Janeiro tem o potencial de estimular consumo e melhorar seu índice de aproveitamento de gás natural. Com isso, num futuro próximo, o estado pode receber mais de 80 milhões de m³/dia pelas rotas de escoamento de gás, o que significa mais que triplicar a oferta atual de 20 milhões de m³/dia. Os dados são do estudo “Potencial do Gás Natural: Um Novo Ciclo para a Petroquímica no Rio de Janeiro”, produzido pela Firjan SENAI, apontando cenários potenciais de produção de eteno, propeno, amônia, ureia e metanol, como forma de agregar maior valor ao gás natural enquanto insumo nas cadeias de petroquímica e na indústria de fertilizantes.

Conforme o documento, além das rotas existentes no estado (Rota 2 – Macaé/RJ e Rota 3 – Maricá/RJ) e a já confirmada (Rota 5b – Macaé/RJ), podem ser atraídas para o Rio duas outras (Rota 4b – Itaguaí/RJ e Rota 6b – São João da Barra/RJ), incluindo ao menos duas unidades de processamento de gás e gasodutos de transportes como reflexos. Esses projetos podem gerar investimentos de ao menos R$ 20 bilhões e adição de 48 MM m³/dia de gás natural, e podem ser criados mais de 180 mil postos de trabalhos diretos e indiretos.

Para baixar o estudo “Potencial do Gás Natural: Um Novo Ciclo para a Petroquímica no Rio de Janeiro” clique em https://bit.ly/3ycW9XB

“Já fomos autossuficientes em fertilizantes e petroquímica. Porém, ao longo dos anos, com o preço dos insumos mais baixos, o Brasil e o Ocidente se voltaram para a Ásia. Agora, a pandemia e a guerra na Ucrânia mudaram essa percepção. Os preços estão mais caros e, claramente, percebemos que temos oportunidades por aqui. Devido à alta disponibilidade de gás natural na costa, o Rio tem potencial para acabar com a dependência brasileira de importação de alguns produtos petroquímicos, como fertilizantes”, frisa o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira (foto).

Segundo ele, é necessário que os agentes econômicos privados entendam essa oportunidade. “É preciso haver um olhar estratégico. O Rio tem posição especial, o gás está na costa, tem infraestrutura de transporte interessante, com portos, para escoar esses produtos. Se o Rio se unir à malha ferroviária nacional, se torna ponto de exportação de grãos e pode levar ao campo os fertilizantes produzidos aqui”, avalia.

Nesse sentido, é importante fortalecer o ambiente de negócios pró-investimentos, tanto no mercado livre de gás no Rio quanto para a indústria. A iniciativa está em linha com a proposta trabalhada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), liderada pelo seu presidente André Ceciliano, para a construção de um Plano Estadual de Fertilizantes, medida já em vigor com a Lei 9.716/2022. O estado poderá assim sediar não apenas plantas para produção de fertilizantes, mas também um Centro de Referência em Inovação na área, projeto que está sendo desenvolvido em parceria com a EMBRAPA.

O documento “Potencial do Gás Natural: Um Novo Ciclo para a Petroquímica no Rio de Janeiro” será apresentado nesta quinta-feira (23/6) em evento na Firjan, às 16h, com a presença de importantes agentes do mercado, que participaram com artigos na produção do estudo. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aborda a visão sobre o potencial do mercado de gás natural; já o BNDES destaca a importância da petroquímica como âncora para desenvolvimento da demanda de gás natural; e o Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para fins industriais do Estado do Rio de Janeiro (SIQUIRJ) evidencia o potencial desenvolvimento econômico fluminense a partir da petroquímica.

Já a Firjan SENAI destaca a importância de dar notoriedade às aplicações e tecnologias do gás natural em prol do crescimento da indústria fluminense, em especial através do Instituto SENAI de Inovação em Química Verde, voltado para pautas que ampliam o melhor uso de insumos e processos químicos. Por fim, o documento lembra que a descarbonização no ambiente de negócios, com a produção de amônia a partir do hidrogênio verde (H2V) para produção de fertilizantes, já encontra mercado no mundo. Além disso, há total sinergia com a pauta ESG, dada a integração do gás natural como fonte mais limpa e sua utilização também como rota de obtenção de hidrogênio.

Demanda firme

Para a gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação, Karine Fragoso, a indústria petroquímica e de fertilizantes têm demanda firme de gás, servindo como âncora para a construção dos novos dutos no estado fluminense. “É mais uma opção para o gás que temos em reserva, que está sendo produzido e reinjetado. Isso caracteriza uma demanda para esse gás, que pode vir a ser escoado por meio das rotas existentes e também daquelas que poderão vir a existir”, afirma.

Hoje, na exploração de petróleo na costa fluminense, a reinjeção de gás já alcança 50% de nossa produção. Ainda que parte dela seja usada para melhoria do processo de produção de óleo, o ponto de equilíbrio desse uso é, em referências internacionais, bem inferior ao alocado, destaca o documento. “Isso, leva a entender que parte significativa desse volume está sendo desprezado sem qualquer agregação de valor, em um mercado bastante deficitário de gás, como o que vivemos hoje, bem refletido nas recentes altas de preços”, esclarece o gerente de Projetos de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Thiago Valejo.

O estudo cita ainda que para os produtos da cadeia do eteno e propeno, por exemplo, os dados de comércio exterior mostram uma tendência clara do Brasil atender o seu mercado interno como importador líquido, cenário já amplamente conhecido quando lembrado sobre os produtos de fertilizantes e do metanol.

Acesse o “Potencial do Gás Natural: Um Novo Ciclo para a Petroquímica no Rio de Janeiro” e os demais estudos da gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan através do link https://www.firjan.com.br/firjan/empresas/competitividade-empresarial/petroleoegas/publicacoes/

 

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