Gazeta Mercantil
O ministro dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Saúl Ávalos, disse que as duas usinas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - gás de cozinha - projetadas pelo governo boliviano deverão permitir que o país aumente seu abastecimento de gás ao Brasil e à Argentina até 2010, atenuando a escassez do combustível decorrente da falta de investimentos, que reduziu a produção.
As usinas de processamento serão construídas em Santa Cruz, na região oriental da Bolívia, e cada uma produzirá cerca de 200 toneladas de GLP ao dia. As usinas contribuirão para transformar o déficit de gás num “superávit”, disse Ávalos, em entrevista concedida em seu gabinete em La Paz.
A Bolívia, que exporta a maior parte de seu gás natural para a Argentina e o Brasil, não vem conseguindo cumprir alguns compromissos contratuais, o que gera episódios crônicos de escassez. A insuficiência dos investimentos nos campos de gás bolivianos é a responsável pelo déficit do combustível na Argentina, disse a Standard & Poor’s Corp. A Bolívia detém a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul depois da Venezuela.
“É nosso objetivo conseguir industrializar nosso gás”, disse Ávalos em entrevista concedida a 10 de dezembro na sede do Congresso da Bolívia. “Não queremos continuar a exportar matérias-primas”, acrescentou.
A Bolívia pretende investir US$ 20 bilhões na expansão da produção de gás natural, disse a estatal YPF Bolivianos na sexta-feira, em comunicado. A empresa quer perfurar 50 a 60 poços em 2009 a fim de atender à demanda nacional e às exportações.
Os investimentos no setor de petróleo e gás da Bolívia caíram para US$ 149 milhões no ano passado, durante um período de preços recorde dos combustíveis, em relação ao pico de US$ 580,8 milhões computado em 1999. O presidente Evo Morales disse em entrevista concedida a 24 de setembro em Nova York que está buscando atrair investimentos do Irã, da Rússia e da Venezuela para ampliar a produção de gás natural.
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