Petroquímica

Bioplástico, oxidegradável e biodegradável. Qual a diferença entre esses plásticos

Redação/Assessoria
05/09/2018 19:40
Bioplástico, oxidegradável e biodegradável. Qual a diferença entre esses plásticos Imagem: Divulgação Visualizações: 746 (0) (0) (0) (0)

Institucional

Muito se fala sobre os diferentes tipos de embalagens e sua reciclagem, mas nem sempre a sua denominação é clara, o que provoca dúvidas no consumidor tanto na hora de adquirir um produto quanto em seu descarte. Dois desses conceitos envolvem diretamente a reciclagem: os termos reciclável e reciclado. O primeiro indica que um produto foi fabricado com um material plástico que após cumprir sua finalidade inicial pode passar por um novo processo de transformação originando novos produtos, enquanto que reciclado indica que o produto foi fabricado com uma matéria-prima recuperada.

Mas as dúvidas não param por aí. A discussão sobre o consumo de determinados plásticos também gera confusão. Os convencionais são de origem fóssil e são derivados do petróleo – 4% da produção mundial de petróleo se destinam à indústria do plástico. Esse plástico pode ser reciclado, ou seja, depois de sua primeira aplicação ele pode voltar para a indústria e se transformar em um outro produto para os segmentos de construção civil, automotivo, mobiliário, embalagens para produtos de limpeza, bebidas, etc.

Já o bioplástico tem as mesmas propriedades do plástico convencional , mas se difere por ter como matéria-prima fontes renováveis como soja, amido de arroz, milho e de cana- de- açúcar. Embora sua fonte seja de origem renovável, não necessariamente o bioplástico será biodegradável, embora seja possível reciclá-lo.

O plástico biodegradável é aquele que ao término de seu ciclo de vida sofre processo de compostagem em até 180 dias pela ação de microrganismos, sob condições específicas de calor, umidade, luz, oxigênio e nutrientes orgânicos. Em geral, esse produto deriva de fontes vegetais tais como a celulose, amido, etc.

Já o oxidegradável tem sido comercializado em muitos países com o apelo de proporcionar a biodegradação, e não é verdade segundo alerta o atual relatório da Nova Economia do Plástico da Fundação Ellen MacArthur. O estudo alerta que os plásticos que recebem aditivos oxidegradáveis para acelerar seu processo de degradação não se degradam em resíduos inofensivos. Pelo contrário, como se fragmentam em pequenos pedaços contribuem para a poluição microplástica, tornando-se um risco para oceanos e outros ecossistemas.

"Além disso, estes materiais não são adequados para a reutilização efetiva a longo prazo, reciclagem em escala ou compostagem, o que significa que eles não podem fazer parte de uma economia circular", ressalta Rob Opsomer, da Fundação Ellen MacArthur.

Com o intuito de evitar o risco ambiental em larga escala, a Fundação Ellen MacArthur elaborou um documento em que propõe a proibição de aditivos oxidegradáveis em embalagens e produtos plásticos em todo o mundo. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) foi a única representante da indústria brasileira a endossar o documento, que foi assinado por mais de 150 organizações de todo o planeta, como empresas líderes, associações industriais, ONGs, cientistas e membros do Parlamento Europeu.

Desde 2015, a ABIPLAST não recomenda o uso de materiais plásticos aditivados com pró-degradantes. A entidade defende que a solução eficaz para o tratamento dos resíduos pós-consumo está na educação ambiental da população, no consumo consciente, na produção responsável e no descarte adequado das embalagens – o que faz com que os resíduos plásticos retornem para a indústria de transformação e formem novos produtos plásticos. Além disso, por acreditar que toda a cadeia do plástico possui responsabilidade nesse processo, a entidade promoveu a criação da Rede Empresarial de Cooperação para o Plástico, que engaja as principais empresas representantes da cadeia produtiva do plástico, reunidas pelo desafio de viabilizar a economia circular e, em última instância, de evitar que o plástico vá parar no meio ambiente.

A versatilidade do plástico, tanto do ponto de vista de utilização quanto pela diversidade de matérias-primas, possibilita sua total adaptação aos preceitos da Economia Circular. Para isso é fundamental que se trabalhe a viabilidade econômica dessas matérias-primas, principalmente dos materiais reciclados. Atenta a essa necessidade, a Associação promove o debate e a divulgação da importância da produção e do consumo conscientes, da reutilização de embalagens e produtos e também do descarte correto dos produtos plásticos - para que esses sejam sempre destinados à reciclagem retornando dessa forma à cadeia produtiva e otimizando a utilização de recursos naturais e eficiência energética.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Reunião
ORPLANA participa de reunião do Conselho Nacional de Rec...
11/09/24
Marketing
PPSA anuncia atualização da marca
11/09/24
ANP
XII Seminário de Segurança Operacional e Meio Ambiente d...
11/09/24
Pré-Sal
Petrobras bate novo recorde de processamento de petróleo...
10/09/24
Baixo Carbono
Estudos de negócios de baixo carbono serão realizados en...
10/09/24
Metanol
Maersk apresenta primeiro navio movido à metanol a naveg...
09/09/24
MME
Previsto para junho de 2025, estudo irá avaliar os efeit...
09/09/24
Etanol
Tereos lança relatório de Sustentabilidade da safra 23/24
09/09/24
Transição Energética
RCGI apresenta resultados do projeto de pesquisa sobre p...
09/09/24
Mudanças Climáticas
Gás natural é uma saída sustentável e segura para proble...
09/09/24
Etanol
Hidratado volta a cair e anidro fecha a semana em alta
09/09/24
Cooperação
Petrobras e Embrapa assinam cooperação para pesquisas em...
06/09/24
Drilling
Navio-sonda Norbe VIII chega ao RS para manutenção progr...
06/09/24
Premiação
World Refining Association premia Replan com Refinaria d...
06/09/24
Oferta Permanente
ANP aprova minutas de edital e modelos de contrato para ...
06/09/24
Hidrogênio
ANP produz relatório sobre o marco legal do hidrogênio d...
06/09/24
ANP
Aprimoramento das resoluções sobre dados digitais de poç...
05/09/24
Onshore
ANP mantém entendimento sobre poços órfãos
05/09/24
ANP
Gás natural: revisão das especificações e controles de q...
05/09/24
ANP
Agenda regulatória 2025-2026 da ANP passará por consulta...
05/09/24
Gás Natural
NTS lança o ConnectGas
05/09/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.