Redação TN Petróleo/Assessoria Unica
Primeiro projeto do mundo focado na produção de energia estritamente a partir da biomassa da cana-de-açúcar, o Programa de Certificação da Bioeletricidade Energia Verde foi criado em 2015 pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA), em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL). Com renovação anual, o programa certificou 83 usinas e concedeu o selo a 12 comercializadoras até o momento em 2020. Inovador, o Energia Verde visa reconhecer e incentivar a ampliação da produção de energia através da biomassa da cana.
O Certificado Energia Verde é concedido anualmente às usinas que geram energia elétrica utilizando materiais renováveis derivados da produção de açúcar e etanol, além de cumprirem requisitos de eficiência energética. Desde 2019, o Selo Energia Verde pode ser solicitado e concedido, sem custo, a comercializadoras e a consumidores no mercado livre, em qualquer estado da federação, que adquiram energia renovável de unidades produtoras com certificado de bioeletricidade e que atendam aos critérios estabelecidos pelo programa.
A iniciativa foi tema do Podcast Giro Energia, no episódio “Selo verde: os benefícios dos certificados de energia renovável”, que teve a participação de Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, Marcio de Sant’anna, sócio-diretor da Ecom Energia, e Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum. O programa debateu a relevância sustentável dos certificados de energias renováveis, como o Energia Verde, e seu impacto na construção da matriz energética brasileira.
Souza falou sobre a importância da oferta de bioeletricidade nos períodos de pouca chuva, críticos para o setor elétrico, que coincidem com a safra no setor sucroenergético. “É reconhecido o atributo da bioeletricidade gerar no período seco e crítico do setor elétrico. Mais de 90% da geração ocorre aqui na reunião Centro-Sul por conta da colheita da cana, que vai de abril até novembro, tradicionalmente. A nossa geração ano passado foi de 22.400 GWh de excedente para a rede, o que significou poupar o equivalente a 15% da água armazenada na forma de energia nos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste no país”, explica.
“Ano passado os reservatórios das hidrelétricas no Sudeste em novembro estavam abaixo de 20%, imagina como estariam sem a geração da biomassa da cana para a rede? Desse total da nossa geração, 75% ocorreram quando a bandeira estava vermelha ou amarela, justamente o período crítico do setor elétrico”, complementa. Souza também destacou que com o RenovaBio o potencial de geração de bioenergia deve aumentar em 52% até 2030.
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