<P>A paralisação da dragagem do Rio Itajaí-Açu, há cinco dias, por desacordo entre a empresa que realiza o serviço no Complexo Portuário e o governo federal, soou como um alarme para os portos de Itajaí e Navegantes. Ontem, durante uma reunião de emergência do Conselho de Autoridade Portu?...
Jornal de Santa CatarinaA paralisação da dragagem do Rio Itajaí-Açu, há cinco dias, por desacordo entre a empresa que realiza o serviço no Complexo Portuário e o governo federal, soou como um alarme para os portos de Itajaí e Navegantes. Ontem, durante uma reunião de emergência do Conselho de Autoridade Portuária de Itajaí (CAP), representantes de armadores empresas de navios mercantes deixaram claro que vão buscar novas rotas e cancelar linhas programadas para a região a partir de 10 de abril, caso novos atrasos ocorram. A previsão dos portos, em fevereiro, era ter o acesso normalizado para navios de grande porte até 15 de março. Mas a profundidade do canal, inferior a 11 metros, ainda impede este tipo de operação.
As duas dragas que realizavam o desassoreamento do Rio Itajaí-Açu pararam quinta-feira passada, mas o Porto de Itajaí tomou conhecimento do fato apenas no sábado. Na reunião do CAP, que reuniu lideranças políticas e empresários do setor, a superintendência do porto apresentou como motivos para a paralisação do Consórcio Draga Brasil a falta de pagamento à empresa por parte da contratante, a Secretaria Especial de Portos (SEP). Outro motivo apontado seria um desacordo entre a empresa e o governo federal sobre a área a ser dragada, que incluiria pontos que não constavam no edital.
De acordo com o Superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Aires dos Santos Júnior, além da falta de recursos alegada pela empresa contratada para a dragagem que teria declarado indisponibilidade de verba para comprar óleo diesel para as dragas, na última quinta-feira, o serviço executado pelo Consórcio Draga Brasil no complexo portuário não está obtendo êxito, pelo modelo de medição, o constante assoreamento do rio e a forma de dragagem adotada pela empresa.
Consultaremos novamente os técnicos da SEP para rever o método, mas também temos um plano B. Vamos contratar uma draga por conta própria para agilizar o trabalho, explicou o superintendente do Porto de Itajaí.
O contrato com o Consórcio Draga Brasil custou R$ 17,5 milhões aos cofres federais e a nova draga terá de ser paga pelos portos de Itajaí e Navegantes.
Uma comitiva de representantes do setor estará em Brasília hoje. Eles terão uma reunião com o Ministro dos Portos, Pedro Brito.
O presidente do Sindicato das Agências Marítimas do Estado (Sindasc), Eclésio Silva, que também responde pelos armadores, diz que novo atraso na normalização do acesso para grandes navios será insustentável. O setor ainda não sabe qual será o destino das importações que chegam a partir de 10 de abril:
Se não houver uma solução até o fim do mês, o prejuízo será imenso. Vai incluir demissões e cancelamentos de linhas de navios.
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