Estudo

Água do mar deve ser vista como combustível a ser explorado

Estudo do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água (IWMI) revela que, a partir de 2030, serão necessários mais 2 mil Km³ de água por dia para alimentar a população mundial. O volume é 25% maior do que o usado atualmente. Não &eacut

Valor Econômico
29/06/2012 09:55
Visualizações: 1033
Estudo do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água (IWMI) revela que, a partir de 2030, serão necessários mais 2 mil Km³ de água por dia para alimentar a população mundial. O volume é 25% maior do que o usado atualmente. Não é à toa que, assim como o petróleo, a água é apontada neste século como um combustível fundamental para a economia global e vem se tornando uma mercadoria cada vez mais valiosa. Trata-se de um mercado estimado em US$ 350 bilhões, montante que deverá crescer 4,7% ao ano e atingir US$ 530 bilhões em 2016.
 
 
Na ânsia de matar a sede do mundo, crescem, por exemplo, os negócios ligados diretamente à dessalinização de águas oceânicas. Estima-se que até 2016 a capacidade global de produção de água doce diária por meio da extração do sal deva alcançar 106,6 milhões de metros cúbicos por dia, contra 42,7 milhões de metros cúbicos registrados em 2007. E as oportunidades para novos empreendimentos não param por aí. Ao contrário do passado, têm grandes chances de dar certo nesse mercado quem conseguir transformar estudos, - antes fechados nos laboratórios de pesquisa das universidades -, em ferramentas a favor da diminuição do consumo e aumento do reúso da água, além de redução de perdas com a imprevisibilidade do clima em setores importantes como energia, agronegócio e petróleo.
 

Foi o que fez o oceanógrafo Daniel Ruffato, 27 anos, e seus sócios, ao fundarem em 2010, no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), a Salt Ambiental, especializada em consultoria e suporte a empresas que atuam em ambientes lacustres e marinhos. Em pouco tempo, eles conquistaram clientes como a Petrobras, Shell e Queiróz Galvão. Mas, ao contrário do que se podia imaginar no início, o carro-chefe da empresa passou a ser os aplicativos desenvolvidos para facilitar o processamento e a apresentação de dados oceânicos em trabalhos de campo. O mais inovador é o Ocean DB, projetado para smartphones, tablets e computadores que usam sistema Android. O aplicativo fornece parâmetros oceanográficos, como temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido na água e frequência de empuxo. "Foi um ano de estudo até concluir o projeto, mas conseguimos oferecer as médias climáticas desde a superfície até o fundo de todos os mares e oceanos do mundo", afirma Ruffato. Lançado no início de abril, com acesso gratuito, o aplicativo registrou nos primeiros 30 dias 100 mil downloads. O empreendedor observa, contudo, que o Ocean DB é um projeto em andamento, que deve evoluir para uma plataforma de gerenciamento de dados em tempo real, para auxiliar no planejamento e operações de monitoramento de emergências ambientais.

Com faturamento estimado de R$ 600 mil para este ano, a Salt Ambiental projeta investir, ainda, na divulgação de dois de seus produtos: a garrafa Van Dorn, que coleta água do mar em qualquer profundidade por meio de um dispositivo mecânico, já encomendada pelo Instituto Oceanográfico; e a modelagem numérica para simular cenários, ondas, marés, nível dos oceanos, correntes, níveis de dispersão de poluentes e transporte de sedimentos. "Trabalhamos de forma interdisciplinar na análise de todos os lados, o que traz à Salt um diferencial no mercado", observa Ruffato.

Atenta à movimentação que a descoberta da camada do pré-sal provocou - só a Petrobras deverá investir US$ 33 bilhões na exploração de petróleo no litoral brasileiro até 2014 - a carioca Aquamet mudou o rumo dos seus negócios, depois de uma encomenda feita pela própria Petrobras, em 2008. "Eles estavam atrás de alguém que fizesse projeções de longo prazo para o clima nos mares da costa brasileira", lembra Ricardo Silva, 38 anos, sócio da Aquamet. Como a petrolífera já era cliente, eles resolveram investir. Desde, então, a empresa cresce a uma média de 15% ao ano, devendo faturar em 2012 cerca de R$ 2 milhões.
 

A prestação de serviços de monitoramento marítimo capaz de dar à Petrobras informações sobre como agir em situações de emergência, como vazamento de óleo causado por problemas nas plataformas ou nos navios petroleiros, levou a Aquamet a desenvolver um aplicativo que incorpora tanto previsões meteorológicas quanto oceânicas, incluindo temperatura do mar, correntes e ondas. Lançado em janeiro desse ano, a novidade tem chamado a atenção não só dos tradicionais clientes de logística portuária e petroleiros, como de estaleiros internacionais, segundo Silva. "O próximo passo será desenvolver equipamentos para captação de dados no mar; por enquanto só se trabalha com fotos de satélite", adianta.
 

Quem também surfou na onda do pré-sal foi o oceanógrafo Manlio Fernandes Mano, 37 anos, que colou no mercado uma proposta alternativa e mais barata do que a prospecção de áreas a serem exploradas para extração de petróleo. O que antes era feito exclusivamente com o auxílio de um navio, a um custo médio de R$ 150 mil por dia, hoje pode ser feito em qualquer parte do mundo, sem sair do Rio de Janeiro e independentemente das condições climáticas. Uma exclusividade da start up criada por Mano, batizada de Oilfinder, com sede no Rio de Janeiro.
 

Mano desenvolveu um sistema de processamento e modelagem de imagens obtidas por satélite capaz de identificar a origem e a trajetória de vazamentos naturais de óleo antes da mancha chegar à superfície. "É algo extremamente novo", diz Mano. "Um projeto completo custa R$ 250 mil por dois meses. Com o navio, leva-se o dobro do tempo e o custo é por dia". O primeiro cliente foi a Petrobras, mas o empreendedor projeta grande crescimento, graças aos leilões das áreas de perfuração de petróleo que serão exploradas nos próximos cinco anos. Este ano o faturamento deve chegar a R$ 2 milhões, com previsão de dobrar até 2013.
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