Assessoria Aberje
A Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, por meio do seu Centro de Estudos e Análises Econômicas Aplicadas à Comunicação (CEAEC), lançou neste mês um Resumo Executivo inédito que orienta profissionais sobre a atuação da comunicação com colaboradores em contextos de desastres climáticos. A publicação se baseia na experiência de empresas que responderam às enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 e sistematiza caminhos possíveis, aprendizados e boas práticas adotadas durante o período.
Com foco em apoiar os profissionais da área diante de crises de natureza ambiental, o estudo, coordenado pela Prof. Cynthia Provedel, combina dados de pesquisa com lideranças empresariais, entrevistas, benchmarking e uma curadoria de experiências reais. Embora conteúdos como este sejam normalmente reservados aos associados da Aberje, o material foi disponibilizado ao público em razão de seu caráter de interesse coletivo.
“Este material nasce da urgência em repensar o papel da comunicação organizacional frente à crise climática. Acreditamos que o profissional de comunicação, além de estratégico, precisa estar preparado emocional e tecnicamente para lidar com cenários extremos. Compartilhar esses aprendizados é parte do compromisso da Aberje com a construção de organizações mais humanas, ágeis e conscientes”, afirma Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje.
Perfil das empresas e contexto da crise
A pesquisa foi conduzida com 18 representantes de empresas associadas à Aberje, atuantes em 14 setores distintos. O perfil dos respondentes evidencia a centralidade da comunicação nas organizações: 61% ocupam cargos de diretoria, 33% de gerência e 6% de coordenação. A maioria das empresas (72%) possui operações no Rio Grande do Sul — sendo que 77% têm sede em outro estado e filiais no RS, enquanto 23% são sediadas no estado com filiais em outras regiões do país.
“Essas organizações enfrentaram desafios imediatos relacionados à segurança de seus colaboradores, ao colapso de infraestrutura e à necessidade de respostas rápidas, mesmo diante de instabilidade elétrica, falhas de comunicação e danos estruturais severos”, afirma Cynthia Provedel, professora da Escola Aberje e responsável pela coordenação editorial da publicação.
Aprendizados que reposicionam a comunicação com colaboradores
O estudo aponta que, em situações de calamidade, a comunicação com colaboradores ganha papel ainda mais estratégico e humano. Entre os principais aprendizados estão a centralidade da preservação da vida nas mensagens iniciais, a importância de canais acessíveis e atualizados, e o protagonismo das lideranças com posturas afetivas e acolhedoras.
Também são destacadas a necessidade de decisões ágeis a partir de estruturas de governança bem definidas; a escuta ativa como ferramenta para antecipar e responder a demandas emergenciais; e a atenção aos impactos emocionais, como luto, insegurança e culpa coletiva. O uso de micronarrativas afetivas foi identificado como uma forma eficaz de fortalecer vínculos e preservar a memória institucional da crise.
A gerente de Marca e Reputação da Randoncorp e diretora do Capítulo Aberje Rio Grande do Sul, Ana Paula Rocha, reforça esse ponto a partir da experiência vivida: “A intensidade e a velocidade com que a crise avançou demandaram respostas rápidas e cautelosas. A comunicação tornou-se um exercício de sensibilidade e discernimento, direcionado a apoiar a comunidade sem desviar o foco da dor que todos estavam sentindo”.
Casos exemplares e boas práticas aplicadas
A publicação traz ainda exemplos de ações desenvolvidas por empresas como Japan Tobacco International (JTI), Randoncorp, Sicredi e Engaje! Comunicação Sul. Entre as boas práticas estão o mapeamento emergencial dos colaboradores, apoio financeiro e psicológico imediato, flexibilização da jornada de trabalho, campanhas internas de doação, comunicação clara sobre benefícios públicos e mobilização das lideranças para escuta e acolhimento.
Essas experiências foram marcadas pela combinação entre responsabilidade institucional e sensibilidade individual, revelando que a comunicação com colaboradores precisa estar alinhada tanto à estratégia da organização quanto à realidade concreta das pessoas afetadas.
“As mudanças climáticas já deixaram de ser uma possibilidade futura. Elas estão acontecendo agora, exigindo das empresas mais do que reação: exigem preparo, sensibilidade e ação coordenada. Este estudo é uma ferramenta concreta para que as organizações avancem nesse caminho com mais consciência e responsabilidade”, conclui Cynthia Provedel.
Sobre a Aberje: A Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação. Com mais de 1.000 empresas associadas, está presente em diversas partes do Brasil a partir dos seus Capítulos Regionais, e também possui forte representação em instituições internacionais, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira.
Sobre a Aberje - A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação. A atuação da Aberje ultrapassa os limites do território brasileiro com participações ou presença nos boards de instituições internacionais como a Global Alliance for PR and Communication Management e Page Society, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira.
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