<P>A permanência do navio Rio Blanco, que pegou fogo no último dia 16, no cais do Terminal de Exportação de Veículos (TEV), tem causado problemas às armadoras no Porto de Santos. Pelo menos três navios não puderam atracar no local porque a embarcação danificada permanece em reparos — um ...
A TribunaA permanência do navio Rio Blanco, que pegou fogo no último dia 16, no cais do Terminal de Exportação de Veículos (TEV), tem causado problemas às armadoras no Porto de Santos. Pelo menos três navios não puderam atracar no local porque a embarcação danificada permanece em reparos — um deles, o Rio Bueno, já desistiu e deixou a Barra de Santos no final de semana.
O Rio Blanco completa hoje dez dias atracado no cais do TEV. Com isso, nenhum outro navio pode ocupar a vaga, o que provoca espera de embarcações ou até, em último caso, a desistência de operar no complexo. O cais do TEV é público e, portanto, qualquer operador pode utilizá-lo para movimentar cargas, desde que sejam veículos, maquinários ou contêineres.
O problema foi confirmado pelo vice-presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque. Entretanto, segundo ele, trata-se de uma situação excepcional, pois o Rio Blanco precisa ter condições de navegação para deixar o cais do TEV.
Na tarde ontem, a Capitania dos Portos de São Paulo realizou uma reunião da qual participaram a armadora do Rio Blanco, a CSAV, a Santos-Brasil (arrendatária do TEV) e a Codesp, além do capitão da embarcação, Alexis Dionisio Thieme Espinosa, conforme apurou A Tribuna. A pauta era traçar uma estratégia para retirar a embarcação do cais do terminal. Até o fechamento desta edição a reunião ainda não havia terminado.
Atualmente, o cargueiro não tem qualquer tipo de fornecimento de energia e, consequemente, de propulsão. Sua praça de máquinas foi destruída pela ação do fogo, que durou cerca de cinco horas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Santos-Brasil, os navios Pacific Leader, Rio Bueno e Grand Buenos Aires não puderam atracar no local nos últimos dias. À exceção do Rio Bueno, que desistiu, os outros dois estão à espera de vaga na Barra de Santos, o que acarreta prejuízos às armadoras. Por dia, estima-se que cada embarcação custe US$ 40 mil (R$ 68 mil).
Juntos, os três navios têm para carregar aproximadamente 2.500 veículos e máquinas agrícolas. A Santos-Brasil disse, ainda, que o pátio do TEV está lotado e que tem recebido reclamações de montadoras e exportadores pela impossibilidade de operar.
Hoje, mais um navio deverá se juntar à fila de embarcações, pois está prevista a chegada do Arcadia Highway. Amanhã, é a vez do Grand Hamburgo.
Em entrevista a A Tribuna, o capitão dos portos de São Paulo, Afrânio de Paiva Júnior, explicou: ‘‘A armadora tem que nos apresentar um cronograma (para a retirada do cargueiro) porque existem muitas coisas envolvidas. A atmosfera interna do navio ainda está carregada, tem que tirar o acúmulo de gás, a água de combate a incêndio que se misturou com óleo e tem que ter um gerador para que o navio possa ser rebocado’’, exemplificou o oficial.
Para Paiva Júnior, a sociedade classificadora do navio também deverá fornecer um laudo à Capitania informando que todos os problemas citados foram solucionados. ‘‘Se a classificadora disser que pode passar o navio para outro berço, o pessoal da Capitania vai analisar e autorizar que haja a remoção’’, disse.
O capitão dos portos paulistas ainda estimou que a conclusão do inquérito administrativo sobre o acidente não deve ultrapassar 90 dias, prazo inicial que pode ser renovado.
Segundo Paiva Júnior, já houve uma perícia a bordo e a coleta de depoimentos. Mas, há necessidade de que equipes voltem a bordo para uma nova análise. ‘‘Quando a iluminação retornar, a perícia vai lá de novo. Mas não tem data para isso’’, concluiu.
Fonte: A Tribuna
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