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Redação TN com assessoria Demanda
Embora os brasileiros declarem grande preocupação com o meio ambiente, os dados mostram que essa consciência nem sempre se traduz plenamente em ações concretas, especialmente quando o assunto é energia renovável que tem a maior lacuna entre considerar um tema importante (76% dos respondentes) e realmente ter essa atitude (26%), uma diferença de 50 pontos percentuais, o maior hiato entre os 24 possíveis hábitos sustentáveis apresentados à amostra do estudo “ESG Trends 2025”, realizado em 13 países.
“Essa diferença se explica por uma combinação de fatores, o acesso limitado a fornecedores de energia limpa, o custo percebido como mais alto e a falta de informação sobre alternativas viáveis para residências e pequenas empresas. Enquanto ações mais simples estão amplamente incorporadas no cotidiano, como evitar o desperdício de alimentos e reduzir o consumo de energia”, explica Silvio Pires de Paula, fundador e presidente da Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado, que liderou o estudo no Brasil.
De Paula afirmam que o Brasil tem potencial para reverter esse quadro. “Com uma matriz energética já majoritariamente limpa, a expansão dos programas de energia solar e a possibilidade de consumidores migrarem para o mercado livre de energia podem acelerar a adoção de fontes renováveis. Um desafio não é apenas tecnológico, mas cultural e informativo. As pessoas querem contribuir, mas muitas vezes não sabem como.
“Esse cenário tende a mudar com a nova resolução CGIEE número 4, aprovada no mês passado, que obrigará a etiquetagem de edificações em relação ao seu consumo de energia, a partir de 2027, para prédios públicos e, a partir de 2030, para prédios privados”, destaca Adriana Hansen, Diretora de Sustentabilidade do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).
Reflexo no bolso
Ainda sobre os hábitos sustentáveis dos brasileiros, o estudo aponta que no topo do ranking as atitudes que mais são colocadas em prática têm em comum um reflexo direto no orçamento e não apenas ao meio ambiente. No topo do ranking estão evitar o desperdício de alimentos (87%), reduzir o consumo de energia (80%), comprar apenas o necessário (67%).
“Os resultados nos mostram que o brasileiro é um povo consciente da importância de uma mudança de comportamento para evitar impactos negativos ao meio ambiente. No entanto, percebemos que isso é bem mais presente quando há reflexo direto em seu bolso, como desperdício de alimentos. Quando não há essa percepção tão clara do ponto de vista financeiro, a prática ainda é mais tímida”, explica de Paula.
Sobre o “ESG Trends 2025”
O estudo, no Brasil, foi realizado pela Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado e, globalmente, dados de todos os países são agregados pela Global Market Research, que se especializou em estudos comparativos internacionais contando com membros (empresas de pesquisa) em cada um dos países. O “ESG Trends 2025” tem como propósito monitorar os principais pontos de percepção do ESG comparando 13 países da América do Norte, Europa e Asia.
Com uma margem de erro de 1,15 p.p. para cima ou para baixo, foram realizadas 7.298 entrevistas com captação de dados entre os dias 10 de julho e 15 de agosto de 2025, utilizando as metodologias CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) e CAPI (Computer Assisted Personal Interviews).
Sobre a Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado
Estabelecida em 1967, a Demanda Pesquisa é uma empresa especialista em pesquisa de mercado que oferece soluções personalizadas e inovadoras no Brasil e América Latina.
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