RenovaBio

20 entidades de biocombustíveis se unem em carta ao MME contra propostas de alteração do RenovaBio

Rendação TN/Assessoria UDOP
12/09/2022 10:04
20 entidades de biocombustíveis se unem em carta ao MME contra propostas de alteração do RenovaBio Imagem: Divulgação Visualizações: 1256 (0) (0) (0) (0)

Na última sexta-feira (9 de setembro), 20 entidades que representam a totalidade dos produtores de biomassa energética e biocombustíveis do País se uniram e enviaram, ao Ministro Adolfo Sachsida, do Ministério de Minas e Energia (MME), uma carta com o posicionamento contrário do setor acerca das alterações propostas pelo Ministério para a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Leia a carta aqui A UDOP endossou o documento, representada pelo Fórum Nacional Sucroenergético.

As 20 entidades signatárias da carta representam cerca de 400 agroindústrias, 200 mil produtores rurais e 3 milhões de colaboradores empregados de maneira direta ou indireta no setor. "Trata-se de uma indústria responsável por quase 50% da oferta de combustíveis leves e 10% do consumo de diesel no País".

No documento enviado ao Ministro, as entidades reiteram o total desacordo, "já externado por essas diversas entidades junto a esse MME, com a publicação do Decreto nº 11.141, ocorrida em 21 de julho de 2022". Segundo as entidades, as mudanças promovidas pelo referido Decreto alteraram as datas para o cumprimento das metas de descarbonização, "desestabilizando significativamente a dinâmica do instrumento instituído pelo RenovaBio".

Ainda conforme o documento, em ofícios encaminhados por algumas entidades do setor ao Ministério, elas externam o entendimento de que as alterações (propostas pelo Decreto 11.141) "não encontram amparo legal na legislação vigente e foram realizadas de forma desproporcional e desnecessária, visto que não havia qualquer indicação de déficit estrutural na oferta de Créditos de Descarbonização (CBios) no País em 2022".

"Nesse contexto, o Ministério havia se comprometido a trabalhar conjuntamente com o setor privado em uma proposta de instrumento legal visando corrigir a desestabilização promovida pelas mudanças ora mencionadas, consolidando e aprimorando o arcabouço institucional da Política Nacional de Biocombustíveis. No entanto, e apesar dos inúmeros pedidos de colaboração técnica junto a esse Ministério, o setor produtivo de biocombustíveis não participou de quaisquer discussões sobre as medidas que foram elaboradas pelo MME", afirmam as entidades.

Dessa forma, continua o texto, "recebemos com inegável surpresa o conteúdo do documento apresentado pela equipe do Ministério em reunião realizada em 1º de setembro de 2022, com propostas de alterações que, em nossa visão, desvirtuam ainda mais o funcionamento do RenovaBio".

Segundo as entidades signatárias do documento, a proposta apresentada pelo MME não corrige, e sequer endereça, a desestruturação promovida de maneira unilateral pela publicação do Decreto nº 11.141, de 21 de julho de 2022. "Ademais, a maior parte das alterações propostas não coadunam com os objetivos e diretrizes do RenovaBio, tampouco foram sustentadas por análises fundamentadas sobre os efeitos e impactos que podem promover na dinâmica do Programa".

"Resta evidente que o documento e o conjunto de propostas apresentados pelo MME deverão desvirtuar completamente o adequado funcionamento da Política Nacional de Biocombustíveis, que se consolidou como o maior Programa de descarbonização do setor de transportes do mundo", explicam as signatárias do documento.

O RenovaBio, segundo as entidades, foi construído ao longo de praticamente cinco anos, com amplo diálogo envolvendo agentes públicos, privados e representantes da sociedade civil, em um processo pautado por discussão técnica e fundamentada.

"É nesse ambiente que gostaríamos de construir os novos pilares de aperfeiçoamento desta relevante política de descarbonização e, mais importante, eliminar de forma efetiva e urgente a insegurança trazida pelas alterações promovidas pelo Decreto nº 11.141/2022", esclarecem.

Segundo as 20 entidades que assinam o documento, o Brasil tem a oportunidade única de ampliar a segurança energética nacional e descarbonizar a sua matriz por meio da produção e uso de biocombustíveis -- energia limpa, renovável e produzida domesticamente -- em detrimento da importação de combustíveis fósseis. "Nesse contexto, a cadeia produtiva dos biocombustíveis anseia pela proposição de uma agenda positiva pelo MME, para que o País possa se consolidar na vanguarda da economia de baixo carbono", encerram a carta.

Assinam o documento: Abiogás -- Associação Brasileira do Biogás; Abiove - Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais; Abramilho - Associação Brasileira dos Produtores de Milho; Abrapa - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão; Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso; Ampa - Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão; Aprobio - Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil; Aprosmat - Associação dos Produtores de Sementes de MT; Aprosoja BR - Associação Brasileira dos Produtores de Soja; Aprosoja MT - Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso; CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil; Famato - Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso; Feplana - Federação dos Plantadores de Cana do Brasil; Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; FNS - Fórum Nacional Sucroenergético; Novabio - Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia; Orplana - Organização de Plantadores de Cana da Região Centro Sul do Brasil; Ubrabio - União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene; Unem - União Nacional do Etanol de Milho; e Unica - União da Indústria de Cana-de-açúcar.

Leia a íntegra da carta enviada ao Ministério de Minas e Energia, clicando aqui.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Venda de etanol pelos produtores do Centro-Sul segue aqu...
12/02/25
RenovaBio
ANP tira dúvidas sobre nova funcionalidade da Plataforma...
11/02/25
Mobilidade Urbana
Mobilidade compartilhada: o futuro do transporte sustent...
11/02/25
Etanol
Anidro e hidratado fecham a semana em alta
10/02/25
Reciclagem
2025: um marco para ações sustentáveis em prol do meio a...
07/02/25
Tecnologia e Inovação
Acelen Renováveis realiza primeira extração industrial d...
07/02/25
Paraná
Energia renovável com economia de até 35% impulsionam a ...
06/02/25
Comunicação
A importância da ética nas novas tecnologias de comunica...
06/02/25
Inovação
UFRJ e estatal chinesa se reúnem para a criação de centr...
06/02/25
Transparência na Informação
Novo reporte de sustentabilidade da União Europeia afeta...
04/02/25
Energia solar
Schulz S.A. firma parceria com Elera Renováveis na modal...
30/01/25
Segurança Operacional
Uso de drone aumenta segurança e eficiência na Refinaria...
30/01/25
Etanol de milho
Em 2024, o Brasil produziu 7,7 bilhões de litros de etan...
29/01/25
Energia Eólica
Grupo CCR e Neoenergia anunciam a conclusão do contrato ...
29/01/25
PRIVACIDADE DE DADOS
Nova pesquisa da Acronis revela: 64% dos consumidores gl...
28/01/25
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana valorizados
27/01/25
Energia Elétrica
Com 102.924 MW, demanda instantânea de energia no SIN at...
27/01/25
Brandend Content
Nova solução voltada a produtores de biometano impulsion...
24/01/25
PD&I
Dia da Energia Limpa: Embrapii apoia 155 projetos de ino...
24/01/25
Tecnologia
Especialista em inteligência artificial explica escaneam...
24/01/25
Energia Solar
Governo de SP isenta licenciamento para implementação de...
24/01/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22