Diário do Comércio (MG), 08/12/2021
Com um aporte de R$ 6 bilhões, o setor da indústria sucroenergética estima que, em oito anos, Minas Gerais alcance o patamar de segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, chegando a moer mais de 95 milhões toneladas por hectare.
Os dados foram apresentados ontem pela Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) durante apresentação do plano de investimento para o governo do Estado, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
O plano de expansão do setor prevê exportação de energia, produção de biogás, irrigação, fertilização e novas tecnologias agrícolas. O presidente da Siamig e presidente do Conselho de Meio Ambiente da Fiemg, Mário Campos, explicou que é esperado um aumento de 46% na produtividade do setor.
“Atualmente temos uma capacidade instalada de produzir 82 milhões de toneladas que não são utilizadas de forma completa. Neste ano, a safra foi comprometida devido à seca muito severa, e tivemos um retorno de 65 milhões de toneladas por hectare. E há empresas com capacidade ociosa. Vamos ter, nos próximos anos, investimentos vultosos, principalmente em plantio de cana, melhoria na produção, equipamentos, novas tecnologias”.
Campos destaca o valor da produção do biocombustível, da mobilidade sustentável, do uso do carro flex com etanol, a chegada dos veículos híbridos, dos carros elétricos com combustível de hidrogênio, além do mercado do carbono regulado como estímulos ao setor.
“Todas essas possibilidades fazem com que o setor amplie a área de atuação, que está cada vez mais sustentável e preocupada com o meio ambiente. Além disso, possibilita uma maior visibilidade para as indústrias e para a economia de Minas Gerais e do Brasil”, ressaltou.
Outra iniciativa que será bastante benéfica para o setor de cana-de-açúcar será a construção e melhoria no setor ferroviário na região do Triângulo Mineiro. Pelas linhas férreas, serão transportados a produção sucroenergética, além de equipamentos agrícolas.
O aporte também possibilitará a geração de 58 mil empregos diretos e indiretos, além da exportação de 6 milhões de megawatts para cerca de 2,2 milhões de habitantes. “Uma geração limpa e renovável de energia elétrica, ancorada no crescimento da economia verde de biocombustível, de mobilidade sustentável do mundo”, esclareceu Mário Campos.
O governador Romeu Zema (Novo), que participou do encontro na sede da Fiemg, enfatizou o avanço expressivo em áreas importantes do Estado, como saúde, educação e infraestrutura. “Temos que continuar avançando. E o que o governo estadual puder fazer para não atrapalhar os avanços do setor produtivo será feito”, ressaltou.
Dados
Dados da Siamig mostram que o setor sucroenergético em Minas produz anualmente 70, 8 milhões de toneladas de cana, gerando 167 mil empregos diretos e indiretos. É o detentor de recordes de produção de açúcar (4,706 milhões de toneladas/ano) e etanol (3,56 bilhões de litros/ano). Também se destaca na exportação de bioeletricidade, com 23 usinas que produzem 3,196 milhões de megawatts de energia, que atendem 1,18 milhão de pessoas (6% da população do Estado).
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