Internacional

Preços do gás natural sobem após Alemanha suspender aprovação de gasoduto russo

União Europeia obtém cerca de 40% do seu gás natural da Rússia, e preços já tiveram grandes altas no ano

CNN Brasil, 24/11/2021
24/11/2021 09:19
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Os preços do gás natural na Europa dispararam nesta terça-feira (16) depois que a Alemanha confirmou que suspendeu o processo de certificação de um polêmico gasoduto russo chamado Nord Stream 2.
O regulador do mercado de energia alemão disse em um comunicado que não poderia certificar a Nord Stream 2 como uma operadora independente porque a empresa estava sediada na Suíça, não na Alemanha.
"Após um exame minucioso da documentação, o [regulador] concluiu que só seria possível certificar um operador do gasoduto Nord Stream 2 se esse operador fosse organizado em uma forma legal sob a lei alemã", acrescentou.
Os preços futuros do gás natural na Europa subiram 10%, o que pode prejudicar ainda mais empresas e famílias que já estão pagando contas de energia muito mais altas. Os principais comerciantes de energia alertaram para o risco de apagões na Europa em caso de um inverno mais frio que o normal.
A decisão alemã ocorre em um momento de tensão crescente entre a União Europeia e a Rússia em relação à Ucrânia e uma crise de imigrantes na fronteira entre Belarus e Polônia.
A União Europeia obtém cerca de 40% do seu gás natural da Rússia. O Nord Stream 2, que contorna a Ucrânia e conecta a Rússia diretamente à Alemanha, foi concluído em setembro, apesar de anos de oposição de países como os Estados Unidos, que alertaram que o projeto aumentaria a influência de Moscou na Europa.

Risco de "apagões sucessivos"
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse na segunda-feira (15) que a União Europeia enfrentava "uma escolha" entre ficar com a Ucrânia ou aprovar o Nord Stream 2.
"Esperamos que nossos amigos [europeus] reconheçam que em breve haverá uma escolha entre canalizar cada vez mais hidrocarbonetos russos em novos oleodutos gigantes e defender a Ucrânia e a causa da paz e estabilidade", disse Johnson em discurso em Londres.
A Rússia negou reter gás para a Europa este ano para ganhar influência política, mas o vice-primeiro-ministro Alexander Novak disse no mês passado que "a conclusão antecipada da certificação" para o Nord Stream 2 ajudaria a "esfriar a situação atual".
Os preços do gás natural dispararam este ano na Europa, onde o combustível fóssil desempenha um papel essencial na geração de energia e aquecimento doméstico. Os principais especialistas da indústria já alertavam sobre o risco de escassez neste inverno antes das notícias de terça-feira.
"Não temos gás suficiente no momento, para ser franco. Não estamos armazenando para o inverno", disse Jeremy Weir, presidente da Trafigura, empresa de comercialização de energia, em uma conferência organizada pelo Financial Times. "Portanto, há uma preocupação real de que... se tivermos um inverno frio, poderemos ter apagões sucessivos na Europa".

Ucrânia alerta sobre "truques" da Gazprom
O regulador de energia da Alemanha disse que o Nord Stream 2, que é propriedade da estatal russa Gazprom, está planejando estabelecer uma subsidiária alemã para possuir e operar a seção alemã do oleoduto.
Uma vez que os principais ativos e equipe tenham sido transferidos para a subsidiária, e desde que satisfaça todos os requisitos legais relevantes, o processo de certificação pode ser retomado, acrescentou.
A Ucrânia saudou a decisão da Alemanha de suspender o processo de aprovação. Mas exortou o Ocidente a não cair no que chamou de "truques da Gazprom" ao anunciar a formação de uma subsidiária alemã.
"Isso é uma zombaria das regras europeias. Isso não corresponde nem ao espírito nem à letra da legislação europeia sobre certificação de gasodutos", disse Yuriy Vitrenko, presidente-executivo da empresa estatal de energia da Ucrânia Naftogaz, em um post no Facebook confirmado à CNN pela assessoria de imprensa da empresa.
"Em particular, pedimos ao governo dos EUA que imponha sanções sobre a operadora Nord Stream 2, que a Gazprom afirma ter criado. Essas novas sanções devem durar pelo menos até que a Rússia pare de usar o gás natural como arma e aja de acordo com regras europeias ", acrescentou.

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