Money Times, 17/08/2022
A busca por energia limpa no setor elétrico já não é uma tendência, mas sim uma necessidade para as economias atuais, avalia Danielle Alves, especialista ESG na Acqua Vero Investimentos.
O destaque do segmento neste mês foi a AES Brasil (AESB3), que já possui uma produção 100% proveniente de energias renováveis. Recentemente, a companhia expandiu seus horizontes e comprou o Complexo Eólico Ventos do Araripe, Caetés e Cassino.
Danielle avalia que a empresa "sem dúvidas já possui uma posição de destaque no segmento de energia limpa", mas a aquisição mostra a sua busca por se tornar a referência do mercado no Brasil.
A Equatorial Energia (EQTL3) é o principal nome do segmento para a Eleven Financial. A companhia comprou a Echoenergia por R$ 10 bilhões no ano passado, mais um braço renovável dentro do ecossistema da empresa.
"No atual momento do setor elétrico, de aumento da matriz renovável e novas regulações, players de referência e alta expertise no setor são os melhores lugares para se posicionar", defende Alexandre Kogake, analista da Eleven Financial.
Outras empresas em destaque são a Ômega Energia (MEGA3), maior detentora de ativos renováveis do país, e CPFL Energia (CPFE3), maior produtora de energia solar do Brasil. Ambas têm recomendação de compra pelo BTG Pactual e pela Acqua Vero Investimentos. A AES Brasil tem uma recomendação neutra pelas instituições.
Tendências do setor
Conforme os analistas, é momento de expandir a geração de energia através das fontes de energia limpa. E a importância de investir em novas fontes acontece após episódios recentes de crise hídrica no Brasil.
Em junho do ano passado, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez em cinco estados do país. E em setembro, o Operador Nacional de Energia (ONS) anunciou que a capacidade de geração de energia do país seria insuficiente a partir de outubro do mesmo ano.
"Especialmente as geradoras mais concentradas em ativos hídricos estão buscando mitigar os riscos hidrológicos através da aquisição de ativos eólicos ou solares", explica Alexandre Kogake, diante do contexto recente de escassez hídrica.
Para Danielle, a busca por diversificação de fontes de energia se tornou uma tendência importante no setor, não apenas para aumentar a produção, mas também para diminuir os custos.
"A corrida no setor de energia renovável agora é por escala e eficiência", explica. Dessa forma, a especialista ESG avalia que o investimento em novas tecnologias que ajudem na otimização de custos e integração dos sistemas produtivos é outra tendência no segmento.
A perspectiva, segundo a analista, é de desenvolvimento de tecnologias que ajudem a integrar a cadeia de produção e baratear os custos dos processos produtivos, além de otimizar a produção e armazenamento da energia.
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