Combustíveis

Bolsonaro diz que define esta semana extensão do auxílio emergencial e preço do diesel

Reuters, 18/10/2021
18/10/2021 17:38
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o governo deverá resolver nesta semana detalhes sobre a extensão do auxílio emergencial e também de medidas referentes ao preço do diesel no país.
"Se Deus quiser, nós resolveremos esta semana a extensão do auxílio emergencial, como devemos resolver também esta semana a questão do preço do diesel", disse.
"As soluções não são fáceis, mas nós temos a obrigação de mostrar a origem do problema e como resolvê-lo", completou ele, em cerimônia em São Roque (MG) de lançamento de um programa para garantir acesso à água no semiárido brasileiro.
O presidente disse que reuniu-se no sábado com ministros, entre eles o titular da Economia, Paulo Guedes, para discutir a extensão do auxílio emergencial em um valor que "dê dignidade" aos necessitados. O benefício pago durante a pandemia encerra-se neste mês.
Apesar da fala do presidente ter sido nominalmente auxílio emergencial, o governo também tem discutido medidas para a criação do Auxílio Brasil, o novo programa de assistência social reforçado que substituirá o Bolsa Família.
A adoção do Auxílio Brasil esbarra, no momento, em qual fonte de financiamento do programa. O governo busca aprovar no Congresso mudanças legais como uma nova forma de pagamento dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda com o objetivo de abrir espaço fiscal para custear o novo benefício.
Procurado para esclarecer se o presidente teria se confundido, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência não respondeu de imediato o pedido de comentário.

DIESEL
No caso do preço do diesel, três entidades nacionais de trabalhadores vinculados ao setor de transporte de cargas anunciaram que decidiram decretar estado de greve e que vão iniciar greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.
Uma das principais queixas dos motoristas é justamente o custo do combustível, reajustado para cima seguidas vezes nos últimos meses pela Petrobras. O preço médio do diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano.
A decisão foi tomada durante encontro no Rio de Janeiro que reuniu as entidades Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), vinculada à CUT; Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), segundo comunicado enviado à imprensa na noite do sábado.
As três entidades já fizeram outras convocações de greve nacional dos caminhoneiros, incluindo em fevereiro e julho deste ano, mas com a categoria dividida entre grupos que apoiam e são contra o governo de Jair Bolsonaro os protestos não chegaram ao nível de mobilização de 2018 em que o país parou por mais de 10 dias.
No final de setembro, a Petrobras anunciou aumento de 9% no preço médio do diesel vendido em suas refinarias, após 85 dias de estabilidade. Com o movimento, os preços médios de diesel e gasolina da Petrobras acumulam alta de mais de 50% neste ano.
A Câmara dos Deputados aprovou na semana passada projeto que torna fixo o ICMS incidente sobre os combustíveis, uma proposta defendida por Bolsonaro, mas que não conta com apoio de boa parte dos governadores, que calculam que perderão 24 bilhões de reais em arrecadação. O texto vai ser analisado pelo Senado.

INFLAÇÃO
O presidente disse ainda que "brevemente" a inflação no país começará a diminuir, argumentando que o governo está tomando medidas para debelar o aumento de preços.
Bolsonaro voltou a questionar mais uma vez a eficácia de vacinas contra Covid-19, destacando a liberdade das pessoas em se imuninzar ou não.
O presidente chegou a citar a morte do ex-secretário de Estado dos Estados Unidos Colin Powell, que estava completamente vacinado e faleceu nesta segunda por complicações da Covid-19.
Bolsonaro voltou a falar erradamente que algumas das vacinas contra Covid-19 são experimentais. As vacinas disponíveis à população brasileira, no entanto, foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após a realização de testes como seguras e eficazes.

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