Artigo

Uma reflexão sobre a LGPD no mercado brasileiro, por Eduardo Almeida


21/09/2020 15:30
Uma reflexão sobre a LGPD no mercado brasileiro, por Eduardo Almeida Visualizações: 860 (0) (0) (0) (0)

A Lei Geral de Proteção de Dados, que deve entrar em vigor ainda este ano, traz sensações variadas às empresas brasileiras. Companhias com viés de segurança e tecnologia inerentes ao seu core business têm se apresentado como corporações com forte potencial de investimento em segurança e estruturas mais adequadas ao que a nova lei exige. Enquanto isso, companhias menores e com legado longe de ser totalmente digital ainda se esforçam para entender por onde começar.

Em meio a esse cenário, informações de todo tipo são propagadas. Desde “muito caro”, “muito difícil”, “muito trabalhoso” ao cenário reconfortante de ter “passos”, “etapas” e “guias” à mão, companhias ficam frequentemente divididas na hora de realizar esse tipo de investimento. Afinal, por onde começar? Quais profissionais contratar? E quais objetivos atingir na hora de adequar a empresa à Lei Geral de Proteção de Dados?

Na nossa experiência, avaliamos que não há uma resposta única a todas essas questões. O alvo comum a ser atingido é um só: assegurar o máximo de conforto e segurança a colaboradores e clientes para proteger seus dados de maneira eficaz – e não prejudicar os negócios da companhia. Em um ambiente cada vez mais conectado e interdependente, é necessário contar não com apenas uma, mas sim um conjunto de estruturas de controle para assegurar a continuidade dos negócios.

Isso depende de um conjunto de profissionais qualificados e de metodologias eficazes para obter sucesso. No Brasil, ambos os fatores ainda constituem desafios a serem superados. A carência de quantidade e em qualificação para Chief Information Security Officer (CISO) no país é real e colabora para fortalecer um cenário em que há muitas pessoas capacitadas a resolver apenas situações básicas de risco.

Revista TN PetróleoAo mesmo tempo, por se tratar de algo novo no país, há uma grande quantidade de metodologias sendo disseminadas em várias companhias. Se por um lado isso é bom – há pessoas testando o que funciona e o que não funciona – causa confusão a muitos o fato de não existir uma fórmula única, básica, que possa ser aproveitada como ponto de partida.

Apesar das dificuldades, há boas perspectivas a serem vislumbradas, observando países que já têm mais experiência e tempo de implantação dessa nova regulação. Um relatório publicado pela European Comission afirma que, após um ano de vigência da GDPR, a maioria dos países membros já tem o framework necessário para fazer a nova norma funcionar: as empresas estão desenvolvendo modelos para se adaptarem ao novo cenário e os cidadãos têm se tornado cada vez mais conscientes de seus direitos.

O estudo ainda defende que, mais do que exercer multas multimilionárias às companhias para forçá-las a se adaptarem, é necessário estabelecer outras medidas para incentivar empresas nesse cenário. Impor limitações temporárias (ou definitivas) ao processamento de dados ou ordenar a suspensão dos fluxos de dados para um determinado local são exemplos de medidas que podem ser adotadas em breve.

No Brasil, a aplicação da Lei 13.709/18 deve trazer efeitos semelhantes. Minimizar a vulnerabilidade dos sistemas é um passo essencial a ser cumprido – e ao qual grandes companhias já estão desenvolvendo mecanismos eficazes para se adaptar. Ao mesmo tempo, contar com equipes qualificadas e capazes de entender os riscos inerentes a cada setor também vai ajudar a superar novos desafios.

Isso vai demandar investimento. E num cenário de recessão acentuada como o atual, pode assustar empreendedores ou gestores de empresas que passam por dificuldades financeiras. Cada um desses agentes vai tomar as decisões que lhe competem e para as quais estão preparados – companhias que buscarem capacitação e as ferramentas adequadas para se adaptar ao novo cenário têm excelentes chances de sucesso.

Sobre o autor: Eduardo Almeida, CEO da Indra no Brasil

Mais Lidas De Hoje
veja Também
IBP
Programa NAVE avança com 21 startups do setor de energia
18/08/25
Bacia de Campos
ANP interdita FPSO Peregrino
18/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana encerra edição com recorde de públi...
18/08/25
Combustíveis
Etanol anidro e hidratado sobem na segunda semana de ago...
18/08/25
Emprego
Firjan alerta: aumento do FOT cria tarifaço fluminense e...
15/08/25
Pré-Sal
PRIO vence disputa por carga de Atapu e pela primeira ve...
15/08/25
Petrobras
Com 225 mil barris/dia, FPSO Almirante Tamandaré bate re...
15/08/25
Resultado
Porto do Rio de Janeiro lidera crescimento entre os port...
15/08/25
Etanol de milho
Biocombustível impulsiona uso do milho e amplia fronteir...
15/08/25
ANP
TIP ANP: 3ª edição do evento debateu temas relacionados ...
15/08/25
Descomissionamento
ABPIP promove debate para otimizar custos e prazos de de...
15/08/25
Fenasucro
Cogeração, biometano e CCS colocam Brasil no centro da t...
15/08/25
Paraná
Petrobras entrega primeiro lote de ARLA 32 na Ansa, em A...
14/08/25
Fenasucro
Biodiesel avança como pilar da transição energética e ga...
14/08/25
Fenasucro
Na FenaBio, Anfavea afirma que com 100% de etanol na fro...
14/08/25
Dutos
Transpetro investe R$ 100 milhões por ano para ampliar a...
14/08/25
Logística
Super Terminais recebe Selo Ouro e tem inventário de emi...
14/08/25
PD&I
Tecnologia brasileira utiliza inteligência artificial pa...
14/08/25
Energia Elétrica
GE Vernova fornecerá subestação de energia para fábrica ...
14/08/25
Fenasucro
Brasil terá combustível sustentável de aviação disponíve...
14/08/25
Gás Natural
Prorrogada consulta pública sobre Plano Coordenado de De...
14/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.