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Termelétricas encarecem a conta de energia

Custos somam R$ 8,6 bilhões.

Revista TN Petróleo, Redação com Assessoria
12/11/2013 13:44
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Alvo de um grande apagão no último mês de agosto, o Nordeste segue com o nível dos reservatórios de suas usinas hidrelétricas extremamente baixo. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a situação dos principais reservatórios da região é preocupante: menos de 25% da capacidade, ou seja, a pior condição desde 2003 para essa época do ano, quando estava em 19%.
Para efeito de comparação, a região Sudeste/Centro-Oeste está com 44% da capacidade de seus reservatórios preenchidos, enquanto a Norte tem 35% e a Sul, 91%. Por apresentar o nível mais baixo, o Nordeste recebe constantemente medidas operativas emergenciais, com o objetivo de minimizar o risco de novos “apagões” e, consequentemente, a possibilidade de haver algum tipo de racionamento. A principal delas foi a ativação de usinas termelétricas, que, segundo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já implica um custo de R$ 8,6 bilhões ao consumidor de energia.
A ativação das termelétricas, na verdade, é uma medida emergencial, porém necessária, para que não vivamos situação similar à de 2001 e 2002, quando grande parte dos brasileiros teve de reduzir o consumo de energia para não enfrentar novos apagões. Desta vez, o problema para o usuário, ao menos por enquanto, não é a falta de energia, mas sim o aumento no valor da conta a ser paga. O processo é fácil de ser entendido: como o sistema de geração brasileiro é constituído, em sua grande maioria, por usinas hidroelétricas, quando há baixo nível de armazenamento de água as usinas termelétricas passam a gerar energia por meio da queima de combustíveis (como gás natural e óleo); os combustíveis utilizados por essas térmicas são mais caros do que o combustível utilizado pelas usinas hidroelétricas (água); e essa diferença no custo será cobrada do consumidor, ao longo dos próximos meses, na conta de energia elétrica.
A grande questão é que esse aumento poderia ser evitado se houvesse uma melhor manutenção nos equipamentos da rede elétrica e um melhor planejamento na expansão do parque gerador e das linhas de transmissão do sistema elétrico brasileiro, sobretudo no Nordeste, região que, por coincidência ou não, mais sofre com os “equívocos” de nosso sistema elétrico.
* Fábio Luiz Cuberos é engenheiro eletricista e Gerente de Regulação e Back Office do Grupo Safira.

Alvo de um grande apagão no último mês de agosto, o Nordeste segue com o nível dos reservatórios de suas usinas hidrelétricas extremamente baixo. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a situação dos principais reservatórios da região é preocupante: menos de 25% da capacidade, ou seja, a pior condição desde 2003 para essa época do ano, quando estava em 19%.

Para efeito de comparação, a região Sudeste/Centro-Oeste está com 44% da capacidade de seus reservatórios preenchidos, enquanto a Norte tem 35% e a Sul, 91%. Por apresentar o nível mais baixo, o Nordeste recebe constantemente medidas operativas emergenciais, com o objetivo de minimizar o risco de novos “apagões” e, consequentemente, a possibilidade de haver algum tipo de racionamento. A principal delas foi a ativação de usinas termelétricas, que, segundo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já implica um custo de R$ 8,6 bilhões ao consumidor de energia.

A ativação das termelétricas, na verdade, é uma medida emergencial, porém necessária, para que não vivamos situação similar à de 2001 e 2002, quando grande parte dos brasileiros teve de reduzir o consumo de energia para não enfrentar novos apagões. Desta vez, o problema para o usuário, ao menos por enquanto, não é a falta de energia, mas sim o aumento no valor da conta a ser paga. O processo é fácil de ser entendido: como o sistema de geração brasileiro é constituído, em sua grande maioria, por usinas hidroelétricas, quando há baixo nível de armazenamento de água as usinas termelétricas passam a gerar energia por meio da queima de combustíveis (como gás natural e óleo); os combustíveis utilizados por essas térmicas são mais caros do que o combustível utilizado pelas usinas hidroelétricas (água); e essa diferença no custo será cobrada do consumidor, ao longo dos próximos meses, na conta de energia elétrica.

A grande questão é que esse aumento poderia ser evitado se houvesse uma melhor manutenção nos equipamentos da rede elétrica e um melhor planejamento na expansão do parque gerador e das linhas de transmissão do sistema elétrico brasileiro, sobretudo no Nordeste, região que, por coincidência ou não, mais sofre com os “equívocos” de nosso sistema elétrico.


* Fábio Luiz Cuberos é engenheiro eletricista e Gerente de Regulação e Back Office do Grupo Safira.

 

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