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Refinarias: investimento estratégico para o país

Setor de engenharia industrial está pronto para novos projetos.

Redação
26/03/2013 19:52
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Os números recentes sobre o aumento da importação pelo Brasil de petróleo e derivados, com graves prejuízos para a balança comercial do país, reforçam a necessidade de medidas urgentes, de forma a garantir o abastecimento interno. A demanda crescente por combustíveis verificada nos últimos anos e as expectativas futuras de crescimento econômico do país indicam que esse descompasso só tende a agravar-se.
Nesse cenário, a ampliação do parque de refino brasileiro constitui investimento estratégico e inadiável. O país precisa dominar todo o processo industrial do petróleo para não ficar sujeito às flutuações do mercado mundial e refém da disponibilidade dessas instalações em outros países.
Atualmente, dois projetos de construção de refinarias estão em andamento: a Refinaria Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Rio de Janeiro. Com o início das operações da Refinaria Abreu Lima, entre novembro de 2014 e maio de 2015, e da primeira fase do Comperj, previsto para ocorrer em abril de 2015, a capacidade de refino da Petrobras deve ser elevada para cerca de 2,4 milhões de barris diários. O aumento na produção deve aliviar as pressões da demanda, porém, no médio prazo é insuficiente para acompanhar a expansão do consumo brasileiro de derivados, estimado entre 3,2 e 3,4 milhões em 2020.
Além da segunda fase do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, estão previstas para os próximos anos a construção das refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará). No momento, esses projetos encontram-se em fase de avaliação pela Petrobras, que busca ainda parceiros internacionais para viabilizar os empreendimentos, essenciais para a ampliação da oferta interna de derivados do petróleo.
A engenharia industrial brasileira possui grande know-how em projetos downstream e vem participando da expansão recente do parque de refino nacional, inclusive nos projetos de modernização das refinarias voltados à produção de diesel e gasolina com menores teores de enxofre. Com toda a experiência acumulada ao longo de décadas, o setor se vê pronto para participar nesses investimentos, contribuindo ainda mais para que o Brasil possa consolidar sua posição no mercado internacional de petróleo.
As empresas brasileiras estão trabalhando em todas as frentes para chegar aos mesmos padrões de qualidade e competitividade da engenharia internacional. Nos últimos anos, em conjunto com a Petrobras, as companhias do setor modernizaram seus procedimentos, investiram na capacitação os profissionais, com treinamento e reciclagem de engenheiros e também formação de trabalhadores especializados em montagens industriais. No momento, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) desenvolve um ambicioso programa para formação e certificação de trabalhadores, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e baseado na metodologia do NCCER (National Center for Construction Education and Research), organização de acreditação de mão de obra mantida pela cadeia de óleo e gás dos Estados Unidos.
Além disso, a engenharia brasileira incorporou novas ferramentas de modelagem, com sistemas integrados, que permitem o desenvolvimento de projetos em quatro dimensões: as três dimensões do projeto físico, mais os dados de planejamento, o que propicia uma avaliação, em escala "real", dos custos de cada solução. Essa integração entre projeto, canteiro de obra e fornecedores de componentes permite cruzar informações de dezenas de milhares de documentos, resultando em maior precisão nos cálculos de custos e prazos da construção. No momento, o setor já começa a trabalhar também com a variável de utilização e manutenção do futuro empreendimento. Desta forma é possível calcular o custo global do projeto, incluindo a operação e manutenções ao longo de sua vida útil.
Enfim, o setor de engenharia industrial tem competência e quer participar dos projetos de extração e beneficiamento do petróleo desde a sua concepção básica, quando são definidos as estratégias e tecnologias adotadas. Somente essa integração de informações permitirá a construção de plataformas, dutos e refinarias de forma mais rápida, eficiente e econômica, de forma a garantir seu alinhamento com os padrões mundiais.

Os números recentes sobre o aumento da importação pelo Brasil de petróleo e derivados, com graves prejuízos para a balança comercial do país, reforçam a necessidade de medidas urgentes, de forma a garantir o abastecimento interno. A demanda crescente por combustíveis verificada nos últimos anos e as expectativas futuras de crescimento econômico do país indicam que esse descompasso só tende a agravar-se.


Nesse cenário, a ampliação do parque de refino brasileiro constitui investimento estratégico e inadiável. O país precisa dominar todo o processo industrial do petróleo para não ficar sujeito às flutuações do mercado mundial e refém da disponibilidade dessas instalações em outros países.


Atualmente, dois projetos de construção de refinarias estão em andamento: a Refinaria Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Rio de Janeiro. Com o início das operações da Refinaria Abreu Lima, entre novembro de 2014 e maio de 2015, e da primeira fase do Comperj, previsto para ocorrer em abril de 2015, a capacidade de refino da Petrobras deve ser elevada para cerca de 2,4 milhões de barris diários. O aumento na produção deve aliviar as pressões da demanda, porém, no médio prazo é insuficiente para acompanhar a expansão do consumo brasileiro de derivados, estimado entre 3,2 e 3,4 milhões em 2020.


Além da segunda fase do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, estão previstas para os próximos anos a construção das refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará). No momento, esses projetos encontram-se em fase de avaliação pela Petrobras, que busca ainda parceiros internacionais para viabilizar os empreendimentos, essenciais para a ampliação da oferta interna de derivados do petróleo.


A engenharia industrial brasileira possui grande know-how em projetos downstream e vem participando da expansão recente do parque de refino nacional, inclusive nos projetos de modernização das refinarias voltados à produção de diesel e gasolina com menores teores de enxofre. Com toda a experiência acumulada ao longo de décadas, o setor se vê pronto para participar nesses investimentos, contribuindo ainda mais para que o Brasil possa consolidar sua posição no mercado internacional de petróleo.


As empresas brasileiras estão trabalhando em todas as frentes para chegar aos mesmos padrões de qualidade e competitividade da engenharia internacional. Nos últimos anos, em conjunto com a Petrobras, as companhias do setor modernizaram seus procedimentos, investiram na capacitação os profissionais, com treinamento e reciclagem de engenheiros e também formação de trabalhadores especializados em montagens industriais. No momento, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) desenvolve um ambicioso programa para formação e certificação de trabalhadores, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e baseado na metodologia do NCCER (National Center for Construction Education and Research), organização de acreditação de mão de obra mantida pela cadeia de óleo e gás dos Estados Unidos.


Além disso, a engenharia brasileira incorporou novas ferramentas de modelagem, com sistemas integrados, que permitem o desenvolvimento de projetos em quatro dimensões: as três dimensões do projeto físico, mais os dados de planejamento, o que propicia uma avaliação, em escala "real", dos custos de cada solução. Essa integração entre projeto, canteiro de obra e fornecedores de componentes permite cruzar informações de dezenas de milhares de documentos, resultando em maior precisão nos cálculos de custos e prazos da construção. No momento, o setor já começa a trabalhar também com a variável de utilização e manutenção do futuro empreendimento. Desta forma é possível calcular o custo global do projeto, incluindo a operação e manutenções ao longo de sua vida útil.


Enfim, o setor de engenharia industrial tem competência e quer participar dos projetos de extração e beneficiamento do petróleo desde a sua concepção básica, quando são definidos as estratégias e tecnologias adotadas. Somente essa integração de informações permitirá a construção de plataformas, dutos e refinarias de forma mais rápida, eficiente e econômica, de forma a garantir seu alinhamento com os padrões mundiais.

 

*Antonio Müller é engenheiro e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi). Guilherme Pires de Mello é engenheiro e diretor de Petróleo e Gás da Abemi.

 

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