Artigo

Pandemia evidencia valor do tempo e importância de testar novas ou velhas tecnologias, por Luis Martini


20/08/2020 19:15
Pandemia evidencia valor do tempo e importância de testar novas ou velhas tecnologias, por Luis Martini Imagem: Divulgação Visualizações: 826 (0) (0) (0) (0)

Temos um entendimento comum que o tempo é nosso bem mais precioso, em especial, pelo fato dele ser finito. Há diversas reflexões, expressões, pensamentos e até poemas recitando o valor do tempo. E, em tempos de pandemia e distanciamento social, tenho a sensação de que as discussões sobre o tempo ficaram mais difusas, dependendo do contexto em que cada um se encontra.

Neste cenário, as empresas têm feito uso intenso do home office e, com este, os colaboradores têm aumentado, consideravelmente, as horas em vídeo conferência. E, para quem está acostumado com esse ambiente, sabe que, além do elevado tempo literalmente dentro das reuniões, há um uso abundante de apresentações em Powerpoint, de longe a ferramenta mais usada em reuniões corporativas.

Motivados pela busca de produtividade e um melhor uso do tempo, recentemente, fizemos uma mudança radical na Tenda: passamos a adotar a prática há muito validada pela Amazon de usar documentos escritos em Word em reuniões, que chamamos carinhosamente de “doc”.

E os ganhos, até agora, têm sido surpreendentes. Estimamos uma produtividade três vezes superior ao que tínhamos nos tempos do Powerpoint. Diferentemente da Amazon, que é bastante categórica em proibir o uso de Powerpoint, definimos um modelo híbrido, que permite o uso de formatos diferentes, de acordo com a natureza da discussão.

Para nós, o uso do formato “doc” é ideal quando a finalidade da reunião é convergir para uma decisão ou alinhamento, ou seja, quando se deseja (i) solicitar a aprovação de um tema ou (ii) reportar o status de algo. Alguns exemplos que ilustram isso são: apresentação de resultados, aprovação de projetos e/ou investimentos e apresentação de um novo produto ou serviço, como um novo site ou app.

Entendemos também que o formato do “doc” não é recomendado para discussões divergentes, que incluem, entre outras coisas, (i) temas criativos, como criação de campanhas, design de soluções ou novo produto, (ii) discussões que exigem uso de ferramentas visuais, como planta 3D, projeto de implantação, filme publicitário, (iii) reuniões de ideação ou (iv) reuniões emergenciais, em que a velocidade da discussão é mais relevante do que o investimento do tempo de preparação do documento.

Em nosso caso prático, comprovamos, além da maior produtividade, um ganho relevante em clareza. A substituição de apresentações de Powerpoint por documentos escritos ajuda os participantes a desenvolver clareza sobre um projeto ou proposta em discussão, a partir da leitura concentrada para o profundo entendimento do tema, favorecendo, assim, uma melhor discussão.

Uma típica apresentação em Powerpoint é composta por bullet points, que, em geral, trazem frases incompletas e uma série de dados, gráficos e tabelas, dificultando a obtenção da clareza. Um documento escrito, por outro lado, traz uma narrativa estruturada. Ele encoraja o escritor a pensar de forma detalhada e clara, contando uma história com começo, meio e fim. Este formato também afasta os participantes de distrações (como os celulares), evitando, inclusive, a sonolência comum em longas apresentações.

Para ajudar a todos na adoção da nova dinâmica, criamos algumas regras básicas e sugerimos boas práticas, para garantir a relação adequada entre conteúdo, formato e a duração necessária para leitura e discussão. Foi dada também atenção especial às diretrizes de conteúdo, para que as discussões sejam ricas, objetivas e efetivas.

Desde junho, a grande maioria das nossas reuniões começa em silêncio, com todos lendo o “doc”. Na sequência, o dono da reunião conduz a discussão, iniciando com abertura para comentários gerais e percorrendo o “doc”, página por página, permitindo que os participantes possam questionar sobre qualquer ponto mais específico ou mesmo passando pelos comentários inseridos no próprio “doc”.

Pode parecer estranho para alguns, mas os resultados e feedback dos nossos times indicam que estamos no caminho certo, e que parece não ter volta. Não acabamos com o Powerpoint, aliás, nunca tivemos essa pretensão, mas, certamente, a redução do seu uso nos deu mais tempo, e cabe a cada um de nós definir como usaremos o tempo que nos resta.

Entendemos também que o formato do “doc” não é recomendado para discussões divergentes, que incluem, entre outras coisas, (i) temas criativos, como criação de campanhas, design de soluções ou novo produto, (ii) discussões que exigem uso de ferramentas visuais, como planta 3D, projeto de implantação, filme publicitário, (iii) reuniões de ideação ou (iv) reuniões emergenciais, em que a velocidade da discussão é mais relevante do que o investimento do tempo de preparação do documento.

Em nosso caso prático, comprovamos, além da maior produtividade, um ganho relevante em clareza. A substituição de apresentações de Powerpoint por documentos escritos ajuda os participantes a desenvolver clareza sobre um projeto ou proposta em discussão, a partir da leitura concentrada para o profundo entendimento do tema, favorecendo, assim, uma melhor discussão.

Uma típica apresentação em Powerpoint é composta por bullet points, que, em geral, trazem frases incompletas e uma série de dados, gráficos e tabelas, dificultando a obtenção da clareza. Um documento escrito, por outro lado, traz uma narrativa estruturada. Ele encoraja o escritor a pensar de forma detalhada e clara,
Institucionalcontando uma história com começo, meio e fim. Este formato também afasta os participantes de distrações (como os celulares), evitando, inclusive, a sonolência comum em longas apresentações.

Para ajudar a todos na adoção da nova dinâmica, criamos algumas regras básicas e sugerimos boas práticas, para garantir a relação adequada entre conteúdo, formato e a duração necessária para leitura e discussão. Foi dada também atenção especial às diretrizes de conteúdo, para que as discussões sejam ricas, objetivas e efetivas.

Desde junho, a grande maioria das nossas reuniões começa em silêncio, com todos lendo o “doc”. Na sequência, o dono da reunião conduz a discussão, iniciando com abertura para comentários gerais e percorrendo o “doc”, página por página, permitindo que os participantes possam questionar sobre qualquer ponto mais específico ou mesmo passando pelos comentários inseridos no próprio “doc”.

Pode parecer estranho para alguns, mas os resultados e feedback dos nossos times indicam que estamos no caminho certo, e que parece não ter volta. Não acabamos com o Powerpoint, aliás, nunca tivemos essa pretensão, mas, certamente, a redução do seu uso nos deu mais tempo, e cabe a cada um de nós definir como usaremos o tempo que nos resta.

Sobre o autor: Luis Martini é diretor de Marketing e Tecnologia da Construtora Tenda. Graduado em Engenharia Mecânica pela USP, com mestrado em Engenharia Aeronáutica e Produção pelo ITA e pós-graduado em Marketing pela FGV. Há cerca de 20 anos na liderança de projetos de inovação em indústrias de bens de consumo, já passou por empresas como Amazon, Wine.com e Natura. Possui ampla experiência em planejamento estratégico, estratégia de marca, inovação, marketing digital, desenvolvimento de produto, experiência do cliente e comércio eletrônico.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Combustíveis
Etanol anidro e hidratado sobem na segunda semana de ago...
18/08/25
Emprego
Firjan alerta: aumento do FOT cria tarifaço fluminense e...
15/08/25
Pré-Sal
PRIO vence disputa por carga de Atapu e pela primeira ve...
15/08/25
Petrobras
Com 225 mil barris/dia, FPSO Almirante Tamandaré bate re...
15/08/25
Resultado
Porto do Rio de Janeiro lidera crescimento entre os port...
15/08/25
Etanol de milho
Biocombustível impulsiona uso do milho e amplia fronteir...
15/08/25
ANP
TIP ANP: 3ª edição do evento debateu temas relacionados ...
15/08/25
Descomissionamento
ABPIP promove debate para otimizar custos e prazos de de...
15/08/25
Fenasucro
Cogeração, biometano e CCS colocam Brasil no centro da t...
15/08/25
Paraná
Petrobras entrega primeiro lote de ARLA 32 na Ansa, em A...
14/08/25
Fenasucro
Biodiesel avança como pilar da transição energética e ga...
14/08/25
Fenasucro
Na FenaBio, Anfavea afirma que com 100% de etanol na fro...
14/08/25
Dutos
Transpetro investe R$ 100 milhões por ano para ampliar a...
14/08/25
Logística
Super Terminais recebe Selo Ouro e tem inventário de emi...
14/08/25
PD&I
Tecnologia brasileira utiliza inteligência artificial pa...
14/08/25
Energia Elétrica
GE Vernova fornecerá subestação de energia para fábrica ...
14/08/25
Fenasucro
Brasil terá combustível sustentável de aviação disponíve...
14/08/25
Gás Natural
Prorrogada consulta pública sobre Plano Coordenado de De...
14/08/25
Resultado
Gasmig registra crescimento de 8,5% de lucro líquido
14/08/25
IBP
Energia da Evolução: campanha do IBP explica como o petr...
14/08/25
PPSA
Produção de petróleo da União bate novo recorde e alcanç...
14/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.