Redação TN Petróleo/Assessoria
Os governos e mercados em todo o mundo estão explorando novas tecnologias para alcançar um futuro de baixo carbono. As tecnologias limpas desempenharão um papel fundamental na transformação do setor de energia e no apoio à descarbonização de todos os setores da economia. Porém, à medida que o sistema de energia se descarboniza, ele se torna mais complexo e mais interconectado.
É neste ponto a cadeia de suprimentos demonstra que tem papel fundamental nesta transição.
O setor de armazenamento de energia de bateria, em particular, está atento aos problemas com seu fornecimento de matérias-primas. A falta desses materiais significa que o setor não pode atender à demanda em muitas frentes, inclusive para atender ao mercado de veículos elétricos (VEs).
Um estudo de 2022 da McKinsey afirmou que o custo dos veículos elétricos continuará a aumentar nos próximos anos, em parte devido à escassez de matérias-primas para baterias e outros componentes.
O mercado automotivo, além dos VEs, já foi desafiado pela escassez de chips semicondutores que paralisou a produção de novos veículos e também atrasou o lançamento de muitos produtos eletrônicos de consumo. Maria Ferraro, CFO da Siemens Energy, comentou em recente entrevista que: "Obviamente, ainda estamos nos atualizando com os chips semicondutores, pois eles têm prazos de entrega mais longos. A pandemia nos mostrou que é preciso muito pouco tempo para fechar a capacidade, mas para reiniciá-la leva muito mais tempo. É nesse ponto que estamos agora."
A escassez de semicondutores foi parcialmente resolvida pelo governo Biden com a assinatura do CHIPS and Science Act em agosto do ano passado, uma medida que oferece cerca de US$ 280 bilhões em financiamento para impulsionar a pesquisa e a fabricação de semicondutores nos EUA. Em meados de 2022, a Associação do Setor de Semicondutores observou que a participação dos EUA na capacidade global de fabricação de semicondutores modernos havia caído de 37%, em 1990, para 12%.
A pandemia mostrou que tínhamos falhas na cadeia de suprimentos e causou o problema inicial com a falta de vários insumos essenciais para a indústria de energia, mas ainda há problemas pós-covid. Como passamos a usar o just in time, não há espaço para mudanças. No caso de algum contratempo no sistema, seja em relação ao clima até a força de trabalho, os problemas de fornecimento se agravam.
Não há dúvidas de que quanto mais eficientes e confiáveis forem as cadeias de suprimentos, melhor será o funcionamento de todo a operação. Os problemas da cadeia de suprimentos afetam todos os setores, inclusive o de energia. Eles criam problemas para os fornecedores de energia que não conseguem obter os equipamentos e peças necessários para manter as operações. Com relação à energia renovável, esses problemas atrasam a implementação de projetos em diversos países do mundo.
Resta ao mercado apostar em suas cadeias de suprimentos para estabelecer a criação de parcerias com fornecedores aptos a enfrentar toda esta demanda por matérias-primas e produtos acabados dentro de projetos grandioso e estratégicos com foco na transição energética, que está sendo tratada como um ativo estratégico em vez de uma despesa tática.
Sobre o autor: Alexandre do Valle é PhD na área de engenharia de suprimentos com foco em projetos digitais pela Universidade Federal Fluminense. Mestrado em tecnologia de Blockchain com foco em ferramentas e processos de digitalização para a cadeia de suprimentos. Pós-graduação em Gestão de Projetos pela Universidade Federal Fluminense e MBA em Projetos de Energia e ESG pela COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Consultor sênior para a empresa 2BSUPPLY. Psicanalista e Coach Profissional com certificação pelo IGT, International Coach Federation e ICF Brasil, tendo como ênfase análise comportamental e clareza de metas nas áreas profissionais e pessoais.
Fale Conosco
21