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Na indústria automotiva conectividade é megatendência tecnológica, por Christiano Blume

Christiano Blume
07/08/2017 14:07
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A indústria automotiva mudará mais nos próximos 10 anos do que nos últimos 50. Entre as principais tendências até 2025 estão inovações tecnológicas nas áreas de conectividade, eletrificação e direção autônoma, assim como as revoluções nos modelos de negócios (mobilidade como serviço), que provocarão a disruptura dos modelos atuais. A conectividade e a telemática assumem papel de vital importância para a sustentação deste novo modelo de serviços e são a prioridade número um nas agendas de todas as montadoras.

Neste contexto, a conectividade é uma megatendência tecnológica, que abrirá receitas e lucros adicionais nos segmentos comerciais de transporte de cargas, construção e agronegócio, a curto, médio e longo prazos – por longo prazo, leia-se a próxima década. O advento da Internet das Coisas (IoT), a conexão dos ecossistemas e o surgimento do mercado emergente e promissor de startups demandam novos serviços remotos, nos quais a integração com veículos assume papel fundamental na indústria do transporte.

A exploração de dados massificados via aplicação de Inteligência Artificial e Big Data Analytics deve gerar novas oportunidades de receita e monetização na prestação de serviços, de modo a atrair novos atores para o cenário automotivo, tais como os gigantes digitais IBM, Microsoft, Apple, Google, Amazon, entre outros.

No curto prazo, a otimização do custo operacional (TCO) e a gestão da frota e do motorista ou operador serão vitais para a competitividade do transporte comercial. Adicionalmente, a proteção para cargas visadas e a redução de acidentes representam demandas específicas para o transporte de cargas, que dependem basicamente do acesso remoto aos dados operacionais da plataforma eletrônica do veículo.

Portanto, o acesso remoto aos dados associados à conectividade surge como fator-chave de sucesso para a atual indústria de transportes. Como consequência, a conectividade deixa de ser um diferencial para se tornar um qualificador, sendo ofertada como um standard de fábrica pela maioria dos fabricantes de veículos comerciais, por meio de soluções de conectividade das marcas extensivas às frotas multimarcas.

A médio e longo prazos, a conectividade se tornará uma commodity essencial para a operação das novas tecnologias da indústria automotiva, que são os veículos autônomos e veículos elétricos.

É verdade que ainda há um caminho a ser percorrido para a superação de obstáculos para a conectividade e a telemática, como a precária cobertura da infraestrutura de telecomunicações nas estradas brasileiras e sites remotos, a ausência de protocolos para interface de dados (APIs) e gestão integrada de frotas multimarcas, e a segurança cibernética com riscos à segurança operacional e à privacidade dos dados.

Mas a indústria automotiva já não pode controlar sozinha o desenvolvimento do produto da forma tradicional como foi feito, por exemplo, no desenvolvimento dos freios antitravamento (ABS) ou do programa eletrônico de estabilidade (ESP). A telemática e a conectividade são altamente dependentes da infraestrutura, especialmente das operadoras de telecom, o que muda a forma e o ritmo de como o desenvolvimento é dirigido. Parcerias individuais ou em associações entre OEMs e telecoms passam a ser importantes para o futuro de desenvolvimento automotivo.

Estes e outros assuntos serão debatidos no 14º Fórum SAE BRASIL de Tecnologia e Motores Diesel, que se propõe a avaliar e debater o atual cenário de inovações na ótica da indústria, da universidade e do governo. O encontro será realizado no Teatro Positivo, em Curitiba/ PR, dias 22 e 23 de agosto.

Sobre o autor: Christiano Blume é consultor sênior em Telemática Automotiva da CBlume Conectividade & Estratégia e palestrante do 14º Fórum SAE BRASIL de Tecnologia e Motores Diesel

 

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