Artigo

Indústria mantém fôlego para 2023, apesar de instabilidade política, por Mateus Souza

Redação TN Petróleo/Assessoria
17/01/2023 12:15
Indústria mantém fôlego para 2023, apesar de instabilidade política, por Mateus Souza Imagem: Divulgação Visualizações: 954 (0) (0) (0) (0)

Entramos em mais um ano agitado politicamente, mas como pessoa da indústria quero tranquilizar nossos investidores nacionais e internacionais: aqui, na parte de dentro da economia, os planos seguem normalmente.

Apesar de o cenário de instabilidade estar longe do ideal para qualquer economia, e mesmo com previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil menor do que em 2022 (1,6% em 2023, ante 3,1% previsto para 2022) devido às altas taxas de juros, inflação elevada e menor crescimento mundial, vemos com alívio que os projetos industriais continuam. E isso em várias áreas produtivas.

Um exemplo é a produção de fertilizantes, insumo essencial para tocar nossa locomotiva brasileira, que é o agronegócio. Com o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), a ideia é reduzir a dependência de importação dessa matéria-prima, pois hoje 85% dos fertilizantes utilizados vêm de fora do país.

Ao estimular a produção nacional, o projeto brasileiro é desenvolver novas tecnologias e produtos, bem como ampliar a eficiência daqueles já utilizados. Deixo aqui a recomendação que todo engenheiro que atende o setor agro pode confirmar: mais do que nunca, é hora de investir em novas tecnologias que garantam a sustentabilidade e eficiência de toda a cadeia produtiva.

Digo isso pensando especialmente na redução de contaminações, pois este é um problema que o consumidor atento ao meio ambiente e à saúde de sua família não aceita mais. E somente equipamentos atualizados tecnologicamente poderão suprir essa demanda. Se vamos investir, que seja com máquinas e equipamentos atualizados e que coloquem nossos bens agrícolas exportados entre os mais sustentáveis do planeta.

Outro destaque é a capacitação de nosso parque de hidrogênio verde (H2V), pois o Brasil tem potencial não apenas para desenvolver essa fonte energética, como tornar-se um grande exportador. Isso porque o hidrogênio tradicional depende de fonte fóssil, mas o Brasil pode liderar a corrida internacional pela variante limpa, devido à abundância de água, insolação e ventos – com foco no Nordeste brasileiro. Com isso, o país poderá ter o hidrogênio verde mais barato do planeta.

Pensando em fontes de energia renovável, o Brasil é o terceiro maior produtor, atrás apenas de EUA e China, sem falar na competitividade do preço que conseguimos praticar. Porém, para atender a demanda do H2V, os investimentos necessários são estimados em US$ 200 bilhões até 2040, conforme a consultoria McKinsey.

O maior desafio é logístico – como transportar esse produto com segurança. Novamente aqui entram as válvulas e dutos, equipamentos fundamentais em qualquer indústria que lide com fluidos líquidos ou gasosos.

Outros projetos da indústria brasileira para 2023 incluem suprimentos químicos, e um grande fluxo de investimentos é esperado na área de saneamento. Desde o Marco do Saneamento, de 2020, são estimulados projetos privados em novas plantas e ampliações, que visam suprir a enorme demanda brasileira por levar encanamento a 100% do território nacional.

Novamente aqui entra a necessidade de evitar perdas, visto que cerca de 40% da nossa água é perdida no processo de distribuição. Além disso, sabemos que a postura do governo federal é nacionalizar tecnologias, o que vem em bom momento para a indústria e seus investimentos.

Como se vê, trabalho não falta. Torcemos por dias mais previsíveis e menos turbulentos, com a certeza de que a indústria brasileira está capacitada para atender grandes demandas nacionais e internacionais.

Sobre o autor: Mateus Souza, gerente geral de vendas da área industrial da GEMÜ do Brasil.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
RenovaBio
Lista de sanções a distribuidores de combustíveis inadim...
14/07/25
Gás Natural
Competitividade econômica e sustentabilidade para o Para...
14/07/25
Etanol
Etanol recua na segunda semana de julho, aponta Cepea/Esalq
14/07/25
Petrobras
Angélica Laureano assume como Diretora Executiva de Tran...
11/07/25
Gás Natural
Transportadoras de gás natural lançam nova versão de pla...
11/07/25
Parceria
Equinor e PUC-Rio firmam parceria de P&D de R$ 21 milhões
11/07/25
Resultado
Setor de Óleo e Gás lidera distribuição de proventos em ...
10/07/25
Gás Natural
Comgás recebe 41 propostas em chamada pública para aquis...
10/07/25
Pessoas
Lucas Mota de Lima assume gerência executiva da ABPIP
10/07/25
Biometano
Presidente Prudente (SP) inicia obra de R$12 milhões par...
10/07/25
Combustíveis
Preços do diesel, etanol e gasolina seguem tendência de ...
10/07/25
E&P
Hitachi Energy ajudará a Petrobras a analisar alternativ...
10/07/25
Energia Solar
Thopen capta R$ 293 milhões com XP e Kinea e acelera exp...
10/07/25
Exportação
Firjan manifesta grande preocupação com o anúncio de tar...
10/07/25
Debate
IBP debate direitos humanos na cadeia de suprimentos de ...
09/07/25
Macaé Energy
Com mais de dois mil participantes, 2ª edição do Macaé E...
09/07/25
Combustíveis
Vibra amplia presença da gasolina Petrobras Podium e ava...
09/07/25
Biocombustíveis
Brasil: protagonista da transição do transporte internac...
08/07/25
Evento
Nova Era Connections 2025 celebra os 20 anos da Nova Era...
08/07/25
Sustentabilidade
Foresea conquista Selo Social e apresenta resultados exp...
08/07/25
Meio Ambiente
Tecnologia da Unicamp viabiliza produção sustentável de ...
08/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22