Artigo

Gestão de eficiência energética: uma tendência para as empresas em 2024, por Marcelo Almeida

Redação TN Petróleo/Assessoria
20/12/2023 17:42
Gestão de eficiência energética: uma tendência para as empresas em 2024, por Marcelo Almeida Imagem: Divulgação Visualizações: 2493 (0) (0) (0) (0)

Atualmente, a energia é responsável por impulsionar todas as atividades da economia brasileira. Nesse sentido, a gestão de eficiência energética tornou-se um grande desafio em diferentes setores, como é o caso do mercado industrial. Para se ter uma ideia, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), as indústrias podem destinar mais de 40% de seus custos operacionais à energia elétrica.

Já os dados do SEBRAE apontam que as pequenas empresas podem gastar até 20% de seus custos totais com este tipo de despesa, tornando evidente que este elevado consumo também afeta outros segmentos, como o varejo, educação e saúde, bem como call centers e data centers, que geralmente contam com consumo de energia expressivo, uma vez que a eletricidade representa uma parcela significativa dos seus gastos operacionais.

A importância da gestão de eficiência energética

Com custos significativos, sujeitos a possíveis variações regulatórias e abertura de mercado para novas formas de contratação, a gestão de energia emergiu nos últimos anos como uma tendência crucial para os setores financeiros das empresas, tendo em vista a essencialidade de reduzir as despesas sem comprometer a produtividade.

Desta forma, a gestão energética depende de uma gestão orçamentária detalhada devido a abrangência de componentes no custo, como demanda, consumo, subvenção tarifária, iluminação pública, impostos e encargos, possibilitando estabelecer uma base detalhada para cada um desses elementos e obtendo um controle efetivo.

Além disso, se uma empresa não realiza este gerenciamento de forma assertiva, fica impossibilitada de determinar se está pagando pela energia mais econômica disponível. Outro ponto importante é que quando a gestão de energia é realizada de forma adequada, é possível analisar todos os detalhes que impactam na fatura, proporcionando insights para o planejamento financeiro e para previsões mais precisas.

O impacto do Mercado Livre de Energia para as empresas

Com papel relevante para a redução de gastos com eletricidade, o Mercado Livre de Energia (ACL – Ambiente de Contratação Livre) é uma realidade já consolidada para as grandes indústrias, que consomem, muitas vezes, a energia equivalente ao abastecimento de uma cidade.

No mercado regulado (ACR) tradicional, a aquisição de energia se dá, em sua essência, através das distribuidoras, enquanto no ACL, a compra é realizada diretamente com as comercializadoras. Neste sentido, a complexidade e a constante adaptação das regulamentações de reajuste anual, específicas para cada concessionária no ACR, dificultam a visibilidade e clareza para as empresas quanto a esses encargos.

Por outro lado, ao optar pelo Mercado Livre de Energia, há uma transparência maior, uma vez que se conhece o índice de reajuste (Ex. IPCA) e, consequentemente, o custo associado. No entanto, a sua ampliação do ACL para outros segmentos além da indústria e os grandes consumidores era limitada, devido à alta demanda necessária para ingressar nesse modelo.

Para se ter uma ideia, atualmente, existem aproximadamente 33 mil unidades consumidoras (UC) no ACL, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), mas a regulamentação em vigor permitirá a partir de janeiro/2024 a adesão de quase 170 mil novas unidades consumidoras.

Como a tecnologia pode apoiar na gestão energética das empresas?

A tecnologia se apresenta como um recurso fundamental para que as empresas se adaptem às principais tendências e variações do mercado energético, possuindo o potencial de automatizar a coleta de faturas e a captura de dados, formando, assim, um banco poderoso de informações.

Isso permite a aplicação de inúmeras técnicas de inteligência de custos, apoiadas por uma variedade de algoritmos, a fim de auditar faturas, identificar possíveis erros de cobrança e oferecer insights sobre oportunidades de otimização de custos e de consumo.

Além disso, essas ferramentas tecnológicas podem ser úteis no estudo sobre a migração para o Mercado Livre de Energia, pois nem sempre esta transferência pode ser a opção mais viável para as empresas. Desta forma, a tecnologia permite ter um balanço energético sobre a migração, controle de pagamentos, consumo, garantias e até organizar a compra e venda de excedente de energia.

Além de todos esses pontos, a tecnologia desempenha papel crucial na otimização do trabalho das equipes envolvidas no controle de gastos. Isto porque, a gestão de energia demanda uma visão ampla relacionada às tendências e aos fatores externos que afetam o desempenho das companhias. A partir disto, realizar uma gestão energética de maneira adequada requer uma compreensão profunda do segmento e das previsões climáticas, algo desafiador dentro de uma empresa e possível com o apoio da tecnologia.

Portanto, é inegável que a gestão energética tem o potencial de apoiar o desenvolvimento, ou mesmo de prejudicar o desempenho das empresas caso não seja realizada de forma assertiva. Desta maneira, investir em soluções que agreguem valor e possibilitem uma gestão eficiente, são tendências cruciais a serem investidas pelas empresas no próximo ano, a fim de assegurar sua saúde financeira, fortalecer sua eficiência operacional e permitir uma gestão de energia estratégica e orientada para o futuro.

Sobre o autor: Marcelo Almeida é Diretor da Área Finance Transformation da CXP Brasil, consultoria em tecnologia da informação. 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Firjan
Produção de petróleo na porção fluminense da Bacia de Ca...
01/07/25
ANP
Divulgado o resultado final do PRH-ANP 2025
01/07/25
Evento
Maior congresso técnico de bioenergia do mundo reúne 1,6...
01/07/25
Energia Eólica
Nova MP não será suficiente para conter impactos pervers...
30/06/25
Combustíveis
Gasolina cai só 0,78% em junho, mesmo após reajuste de 5...
30/06/25
Evento
Brasil avança na transição energética com E30 e B15 e re...
30/06/25
Fiscalização
ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 12 un...
30/06/25
Pessoas
Patricia Pradal é a nova presidente da Chevron América d...
30/06/25
IBP
Manifesto em Defesa do Fortalecimento da ANP
30/06/25
Resultado
ANP divulga dados consolidados do setor regulado em 2024
30/06/25
Etanol
Preços do etanol sobem na última semana de junho
30/06/25
Combustíveis
Fiscalização: ANP realiza novo debate sobre medida repar...
27/06/25
Margem Equatorial
Capacidade de inovação da indústria de O&G impulsiona es...
27/06/25
Biocombustíveis
Sifaeg comemora aprovação do E30 e destaca ganhos para o...
27/06/25
Transição Energética
Sebrae Rio promove Seminário sobre Transição Energética ...
27/06/25
Austral Engenharia
Austral Engenharia aposta em eficiência energética e sus...
27/06/25
Asfalto
Importação de asfaltos: ANP prorroga data para adequaçõe...
27/06/25
Gás Natural
Comgás recebe 41 propostas em chamada pública para aquis...
27/06/25
Offshore
Petrobras assina convênio para desenvolver operações off...
27/06/25
RenovaBio
ANP publicará lista de sanções a distribuidores de combu...
26/06/25
Logística
Gás natural: a ANP fará consulta pública sobre Plano Coo...
26/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.