Redação TN Petróleo/Assessoria
Um levantamento recente publicado pela Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica (Absolar) aponta que o Brasil superou a marca de 2 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Com uma previsão de investimento acima de R$ 50 bilhões até o final do ano, a energia solar se consolidou como a segunda matriz mais utilizada no território nacional, e deve registrar um crescimento de 42,4% em sua capacidade energética até o fim de 2023 comparado com o mesmo período de 2022.
Todos esses marcos comprovam o rápido progresso do setor, confirmando não só o grande potencial que o país tem para a geração solar fotovoltaica, mas também o desejo do consumidor brasileiro de produzir a própria energia a fim de ajudar o desenvolvimento sustentável do país, além de garantir uma economia na sua conta de luz mensal.
Mais do que isso, esses índices evidenciam ainda que o país caminha a passos largos para superar de vez o período de incertezas ocasionado pela lei 14.300, que, após entrar em vigor no início do ano, instituiu a cobrança de um tributo sobre quem produz a própria energia. A retomada da aceleração do mercado fotovoltaico indica que o brasileiro ponderou o novo cenário e percebeu que os benefícios da energia solar seguem muito relevantes e significativos.
Além disso, há de se destacar ainda como o avanço tecnológico no setor tem feito com que as empresas ofereçam soluções cada vez mais avançadas e acessíveis para a geração da própria energia. Em comparação com as demais matrizes, como a eólica ou a hidrelétrica, tais fatores ajudam para que a energia solar seja produzida em larga escala, visto que as demais demandam investimentos milionários e ainda exigem espaços físicos gigantescos.
Não à toa, hoje as placas solares já estão presentes em 5.530 dos 5.568 municípios do país, segundo dados da Absolar. No entanto, apesar desse índice, a taxa de penetração é de apenas 2,2% entre as 75,2 milhões de residências brasileiras que possuem condições de usar a fonte renovável.
Portanto, ainda há muito espaço para que o mercado avance de forma considerável, uma vez que o investimento para a obtenção da geração de energia solar está mais em conta comparado há cinco anos. Isso porque, a tecnologia do setor vem avançando de forma acelerada, principalmente na China, onde os equipamentos solares são produzidos em larga escala. Para se ter uma ideia, em 2022 o país asiático exportou US$ 52 bilhões em produtos fotovoltaicos, segundo análise da consultoria Wood Mackenzie.
Além desse fator, podemos observar na outra ponta que há uma oferta maior de soluções e serviços disponibilizados aos consumidores, facilitando ainda mais o acesso à energia solar. Como resultado, o investimento necessário para instalação das placas fotovoltaicas foi reduzido consideravelmente nos últimos anos, o que favorece a democratização do setor como um todo.
O fato é que ao assegurar vantagem financeira e contribuição direta com a sustentabilidade, a energia solar tem tudo para continuar crescendo nos próximos anos. Até por isso, a expectativa, segundo estudo da consultoria Bloomberg New Energy Finance, é de que a energia vinda do sol se torne a mais popular no país dentro das próximas três décadas. Se esse cenário realmente ocorrer, todos os envolvidos irão agradecer.
Sobre o autor: Luca Milani é CEO e fundador da 77Sol, maior e mais completo ecossistema de energia solar do Brasil. Como uma das maiores referências do setor no país, o executivo atua com o propósito de democratizar o acesso de brasileiros a projetos fotovoltaicos.
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