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Autoconfiança e esperança, por Gabriel Roisenberg

Redação TN Petróleo/Assessoria
11/11/2022 16:01
Autoconfiança e esperança, por Gabriel Roisenberg Imagem: Divulgação Visualizações: 1665 (0) (0) (0) (0)

O Brasil passou por uma catarse no último mês eleitoral. Foram poucos votos, considerando-se o total de votos, que separaram dois candidatos com muita força política e ideológica. Agora, com a decisão final, o que podemos refletir a respeito do futuro do nosso País? No que tange ao nosso mercado, o de Energia, o cenário para o Brasil é, foi e sempre será positivo. Vejamos a história. 
O Brasil é um País com vastos recursos naturais e com conhecimento técnico de alta grandeza. Capacidade humana e profissional na área da Geologia, Geofísica, Engenharia, Química e outras, com grandes profissionais e instituições de ensino e pesquisa. 
Além disso, o Brasil produziu, no âmbito energético, projetos de grande relevância como hidrelétricas, descoberta do pré-sal (que não foi um mérito de um governo, mas sim de cérebros inteligentíssimos e pensantes que trabalharam em muita pesquisa e conteúdo, por décadas), plantas de biocombustíveis, estudos do biometano, dentre outros que são extremamente relevantes para todo contexto energético global. No aspecto do consumo, somos um País com uma imensa massa consumidora da energia, seja no aspecto direto, residencial ou industrial, ou ainda indireto, como insumos para bens de consumo.
No mais, as Universidades brasileiras possuem grandes professores, cientistas, estudiosos, que dia após dia, com ou sem alternância de governo, continuam a alimentar jovens brilhantes, que enxergam na indústria da Energia, um caminho para suas vidas e uma fonte de esperança para a Nação.
Sob este aspecto, creio que o Brasil possui muito a contribuir, como tem feito ao longo de anos. O olhar de esperança, de paz, e prosperidade, continua aguerrido juntamente com a multidão de pessoas fomentando e fazendo desta indústria um grande contribuinte do PIB nacional. 
Já no que tange ao aspecto técnico, não há o que temer. O Brasil sempre foi e sempre será berço para o desenvolvimento próprio em tecnologias e (ou) campo de testes de tecnologias produzidas fora. Fato que seria excelente sermos, também, exportadores de tecnologias. E isto pode estar mais próximo dentro do cenário de transição que estamos vivendo atualmente. 
Mas, e o que podemos endereçar nos próximos anos? O Brasil tem muito a evoluir nos fundamentos que permitem o desenvolvimento da indústria. Por exemplo, regulação organizada e clara, sistemas de aprovação transparentes, liberdade para o mercado também desenvolver seus conteúdos. Claro, isto tudo sem a velha percepção de luta entre proletário e classe dominadora. 
O Brasil precisa evoluir, em minha concepção, na autoconfiança. O Brasil pode e deve entender que aqui há muita produção de teses, conteúdo e tecnologia. E com este novo cenário político, fomentar ainda mais uma indústria local fortalecida e que pode auxiliar local e globalmente numa transição com segurança. 
Importante ressaltar que a segurança energética dependerá do petróleo e do gás. Há consenso a respeito disso. Não haverá nenhuma transição radical que desmereça o grande benefício dos hidrocarbonetos nos próximos 30 anos. E nisso o Brasil também poderá aproveitar muito! Colocar mais investimentos exploratórios, aumentar a produção e ainda investir ainda mais no parque de refino e distribuição, com certeza trarão grandes benefícios no longo prazo. 
Com esta ressalva, tópicos como Petrobras, conteúdo local, investimentos locais, entre outros, tomarão grande proporção e relevância, com cunho estratégico para o posicionamento do Brasil frente às outras nações. O país pode e deve investir em sua indústria como política de Estado – e a história de outros países não contraria isto. No mercado de energia, outros Países entenderam que não podem prescindir de ter o controle desta estratégia e o Brasil deve seguir nesta linha. Isto não transforma o Brasil em um País fechado. Muito pelo contrário: reforça que nós temos um forte posicionamento e podemos adquirir grande espaço global, com clareza regulatória e previsibilidade. 
Controlar a estratégia, investimentos, não significa não ter participação privada. Ao contrário: um bom mercado de energia, estratégico como é para o País, terá conversa ampla e democrática entre Estado e Privado, porém sob regulação e estratégia do primeiro. Precisamos avançar no planejamento de longo prazo, diretrizes. A Petrobras é um ente natural de transição energética e possui conhecimento, capacidade e estrutura para ser o principal agente dos estudos. Não há que se pensar apenas numa limitação ao E&P. 
Por último, mas não menos importante, lateralmente à visão de Estado, é de extrema relevância o contínuo avanço em pesquisa em inovação. Nós somos um País riquíssimo, como já mencionado, e com investimentos precisos e dedicados, poderemos ainda fazer mais trocas de experiências e tecnologias, benchmarks e também exportar tecnologia e conhecimento. 
Portanto, creio que na alternância de poder estamos num bom caminho, de retorno às nossas capacidades. A estratégia do medo não funciona para nosso País. Somos fortes e resilientes. Aprendamos com os possíveis erros, olhemos com esperança para o porvir, pois o sistema de pesos e contrapesos está ativo e funcionando no nosso Brasil, e agora a balança penderá para um lado que auxiliará o rumo da indústria nacional. Esperemos o melhor, a ética, o investimento e o crescimento. 

Sobre o autor: Gabriel Roisenberg é advogado tributarista, com MBA em Negócios Globais pela St. Edward´s University of Austin-Texas e MIT Professional Education Certificate on Roadmap to a Connected World Gerente Senior pelo Massachusetts Institute of Technology MIT. Foi líder IoT O&G na KPMG, diretor de Desenvolvimento de Negócios na Intelie e diretor Associado na IHS Markit. Atualmente é vice-presidente em Desenvolvimento de Negócios no Brasil da Rystad Energy no Brasil.

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