Artigo

As recentes mudanças na legislação de Offshore e Fundos de Investimento, por Renato Munduruca

Redação TN Petróleo/Assessoria
12/12/2023 10:16
As recentes mudanças na legislação de Offshore e Fundos de Investimento, por Renato Munduruca Imagem: Divulgação Visualizações: 1861 (0) (0) (0) (0)

A dinâmica legislativa brasileira enfrenta uma significativa transformação com as recentes alterações propostas e aprovadas referentes à tributação de investimentos offshore e fundos exclusivos. O Projeto de Lei (PL) nº 4.173/2023, aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, redefine as regras sobre a tributação de fundos de investimento no Brasil e de rendimentos auferidos por pessoas físicas residentes no país em aplicações financeiras, entidades controladas e trusts no exterior.

Em um contexto de reforma tributária em curso, o Governo Federal apresentou uma proposta abrangente que impacta diretamente investimentos offshore e fundos exclusivos. A legislação busca uma reconfiguração profunda nas regras de tributação desses investimentos, alinhando-se às diretrizes econômicas nacionais, especialmente no tocante à expectativa de arrecadação extra de R$ 20 Bilhões, já em 2024..

No âmbito interno, a mudança central é a introdução de regras periódicas de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre ganhos em fundos de investimento fechados, visando combater estratégias de diferimento, muito utilizadas em planejamentos tributários sofisticados.

Atualmente, as regras vigentes no Brasil permitem que os contribuintes retenham lucros sem a imediata incidência de tributação. O Projeto de Lei (PL) nº 4.173/2023 busca, na essência, proporcionar uma arrecadação tributária imediata sobre os lucros das empresas controladas no exterior e sobre os fundos de investimento fechados.

Isso significa que os lucros seriam tributados no Brasil no ano em que são registrados no balanço, independentemente de serem distribuídos aos acionistas (diferimento), atendendo o principal objetivo do Governo Federal: a aceleração da arrecadação (e não somente o aumento). Com a sanção presidencial, a medida passará a ter vigência a partir de janeiro de 2024.

No entanto, mantêm-se sob as regras atuais: FII; Fiagro; investimentos de não residentes em fundos de investimento em títulos públicos, FIPs, Fundos de Investimento em Empresas Emergentes (FIEE), FIP Infraestrutura (FIP-IE), FIP Produção Econômica intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I), entre outros.

Nesse sentido, as mudanças propostas têm o potencial de alterar significativamente o panorama do mercado financeiro e de investimentos. A uniformização da alíquota de 15% para investimentos offshore simplifica o cenário, mas a adequação a prazos específicos e a possível revisão na tributação dos fundos fechados demandarão uma adaptação ágil por parte dos investidores e gestores.

Empresas com ativos offshore precisarão reavaliar estratégias de investimento e considerar a atualização voluntária para otimizar custos fiscais. Por outro lado, a constituição de fundos exclusivos de previdência será certamente um dos caminhos a serem buscados por estruturas que visam maior eficiência tributária no âmbito interno, por preservar o diferimento tributário e, no longo prazo, ter a menor taxação, de 10%. Potenciais investidores enfrentarão um novo cenário tributário, exigindo uma análise mais profunda das implicações fiscais antes de tomar decisões.

A busca por maior transparência e equidade tributária se choca, em alguns pontos, com a necessidade de adaptação rápida por parte das empresas e dos investidores. O desafio reside na capacidade do setor em se ajustar a essas mudanças, buscando otimizar estratégias e preservar a atratividade do mercado nacional frente ao cenário global. O impacto real só será totalmente compreendido à medida que as novas regras forem implementadas e testadas na prática.

Sobre o autor: Renato Munduruca é advogado e fundador do escritório RVM Law e especialista em Direito Tributário Pela FGV/SP

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Inteligência Artificial Generativa
IA Generativa: uma poderosa aliada
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
CEO da Brava Energia faz palestra de abertura da Mossoró...
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Integração energética gera ‘mar de oportunidade’ para o RN
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Evento coloca Mossoró no epicentro do onshore nacional
27/11/24
PD&I
Vencedores do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2024 se...
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Diretor do SENAI-RN participa de conferência sobre onsho...
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Sebrae lança ferramenta que promete ‘match’ entre negóci...
26/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Sistema FIERN participa da Mossoró Oil & Gas com estande...
26/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
BRAVA Energia é destaque nos três dias de programação da...
26/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Workshop da ANP sobre segurança operacional em instalaçõ...
26/11/24
Energia Elétrica
Consumo de energia avança 2,1% em outubro, segundo CCEE
26/11/24
Sustentabilidade
Nova matéria-prima para combustível sustentável de aviaç...
26/11/24
Startups
NAVE ANP recebeu mais de 300 inscrições
26/11/24
Negócio
Enaex Brasil é reconhecida como líder em governança corp...
26/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Mossoró sedia maior evento nacional com foco no setor de...
25/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Mossoró Oil & Gas Energy começa amanhã (26)
25/11/24
Internacional
Na Inglaterra, ORPLANA destaca o futuro da cana-de-açúca...
25/11/24
Firjan
Na Firjan, Petrobras lança planos Estratégico 2050 e de ...
25/11/24
Royalties
Valores referentes à produção de setembro para contratos...
25/11/24
Evento
Subsea Symposium - Nas águas profundas da tecnologia
25/11/24
Termelétrica
Flash Energy fecha contrato de compra de energia do Merc...
25/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21