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A inevitável chegada da Indústria 4.0 e seu impacto no setor elétrico, por Rodrigo Travi

Rodrigo Travi
19/08/2019 16:54
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Pelo menos sete em cada dez empresas brasileiras utilizam uma tecnologia digital, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A inovação integra produtos e processos que são testados primeiramente no mundo virtual para, enfim, serem empregados no mundo real. Naturalmente, há um impacto significativo nas fábricas e nos processos de produção, que precisam se adequar aos recursos de automatização.

A indústria 4.0 já é uma realidade em muitos setores da indústria brasileira, como o automobilístico e o aeronáutico. Os princípios que movem esta nova indústria 4.0 são o aumento massivo do monitoramento de processos industriais e a inserção do conceito de Internet das Coisas, ou IoT (do inglês, Internet of Things), que integra e interage por meio da computação sem fio entre diversas máquinas e sistemas computacionais, otimizando processos e reduzindo distâncias.

Outra revolução desta indústria inteligente é a conectividade eletrônica, que atua por meio de sensores e atuadores, além de instrumentos de medição. No âmbito da energia, essa revolução tem o papel de coletar e analisar grandes volumes de dados, o chamado Big Data, e de proporcionar maior eficiência operacional e energética. Por meio de tamanha eficiência, personalizar a iluminação em diferentes ambientes será cada vez mais comum, garantindo economia para o setor como um todo.

Além disso, a eficiência energética viabiliza a redução dos níveis de emissão de CO2 e, consequentemente, do impacto ambiental, promovendo uma política ambiental sustentável no longo prazo. A tendência é que nos próximos 10 ou 20 anos, a Indústria 4.0 predomine em todos os setores e os postos de trabalho estarão fortemente relacionados com inovação colaborativa e automação.

Inovação em LED

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, as lâmpadas e luminárias LED já representa uma fatia muito grande do mercado de iluminação. Muito usado na redução de despesas, o consumo de energia pode ser reduzido em até 80% e sua vida útil pode chegar a ser até 10 vezes maior que as lâmpadas convencionais, trazendo menores gastos com manutenção.

O LED está entrando na Indústria 4.0 de diversas formas. Com sistemas de gerenciamento remoto de iluminação, pode-se reduzir ainda mais energia consumida, determinando-se perfis horários para ligar, desligar e até mesmo dimerizar (modificar a intensidade) a iluminação. Além disso, por meio da instalação de sensores e controladores, pode responder à luz natural (Sol) modificando a intensidade da luz artificial (LED) e, consequentemente, o consumo energético. Todos estes dados de energia são coletados e enviados para a nuvem para que possam ser analisados em um aplicativo ou na web para tomada de decisões. É possível, por exemplo, comparar o consumo de energia por m² em uma rede de supermercados ou em unidades industriais que engarrafam bebidas, por exemplo.

Outra novidade que o LED traz para a indústria 4.0 é o Li-Fi (Light Fidelity), que emprega luz para transmitir dados em alta velocidade. Diferente da tecnologia Wi-Fi que usa ondas de rádio, o Li-Fi usa luminárias de LED para transmitir as informações. O Li-Fi nos permite pensar em transmissão de dados em alta velocidade através de luminárias dentro das residências, ou das luminárias de iluminação pública nas ruas. É uma alternativa aos roteadores Wi-Fi e pode democratizar a internet ainda mais.

Os benefícios da Indústria 4.0 para o setor elétrico são inúmeros e a possibilidade de utilizar a tecnologia LED e integrá-la a outros recursos, por meio do uso da inteligência artificial nos processos, resultará em rapidez e assertividade nas tomadas de decisões, otimizando o uso do capital para investimentos e a redução no consumo geral de energia. Apesar de ser um conceito novo, a indústria mundial será marcada por grandes mudanças. Os tomadores de decisões devem analisar os investimentos nesta área, considerando no payback não apenas os ganhos diretos de curto prazo, como redução de consumo e de melhoria nos processos industriais, mas também os ganhos indiretos da coleta de dados de negócios para tomadas de decisões futuras. Quem sair na frente com os investimentos na revolução 4.0, estará aumentando competitividade.

Sobre o autor: Rodrigo Travi é CEO e Diretor Comercial da LEDAX. É um empreendedor serial e formado em Engenharia Elétrica e Eletrônica pela Universidade Federal da Bahia

 

 

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