Redação TN Petróleo/Assessoria
Com dimensões continentais e um clima que favorece o desenvolvimento de soluções sustentáveis para o setor de energia, o Brasil tem se destacado no cenário mundial com relação à produção de energia fotovoltaica, ocupando a 8ª posição do ranking global de maior energia potencial acumulada de fonte solar, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
De acordo com dados da associação, até julho de 2023, o Brasil gerou mais de 32,6 GW de energia solar. Em 2022, ao todo, foram produzidos 25,3 GW, volume que a tornou a segunda maior matriz energética do país, com 15% do total gerado, atrás apenas da energia hídrica, responsável por 50,5%.
Para se ter uma ideia do poder deste modelo, nos últimos 10 anos, mais de R$ 159,1 bilhões foram investidos no setor, o que gerou cerca de 979,7 mil novos empregos e mais de R$ 45,5 bilhões em tributos arrecadados. Quanto aos benefícios sustentáveis, neste período mais de 41 milhões de toneladas de CO2 foram evitadas, ainda segundo a Absolar.
Entretanto, à medida em que esta transição energética ganha força, outros desafios surgem como entraves para este desenvolvimento. Neste caso, a segurança das placas tornou-se uma preocupação determinante para as empresas e proprietários de sistemas fotovoltaicos. Isto porque, paralelamente ao aquecimento do setor, os roubos relacionados a estes equipamentos também expandiram.
Nos últimos meses, as notícias referentes a roubos e furtos de grandes volumes de placas fotovoltaicas ganharam destaque em diversos veículos de comunicação, acumulando milhões de reais em prejuízo para as empresas.
Estes golpes assolam grande parte dos Estados brasileiros. Nas cidades de Conceição das Alagoas e Frutal, no interior de Minas Gerais, e Aguaí, no Estado de São Paulo, R$ 3 milhões foram bloqueados por uma ação policial em decorrência de roubo de placas solares. Já no Espírito Santo, o roubo de aproximadamente 800 placas gerou um prejuízo de R$ 1 milhão. Estes são alguns dos exemplos de casos que vem crescendo significativamente no setor.
Neste sentido, proteger os painéis fotovoltaicos torna-se crucial para garantir que essas instalações operem de maneira segura e eficiente. A utilização de cercamentos adequados pode ser a chave não apenas para a questão de segurança, mas para potencializar o desempenho dos sistemas.
O papel dos cercamentos
O cercamento das áreas destinadas à geração de energia fotovoltaica atende a dois objetivos básicos que são de suma importância. Primeiramente, visa evitar a entrada de animais ou pessoas não autorizadas nas áreas de instalação elétrica. Em segundo lugar, contribui para a segurança do próprio equipamento, tendo em vista o significativo crescimento de roubos e vandalismo.
As placas fotovoltaicas, quando desprotegidas, estão sujeitas a uma série de riscos. A alta voltagem que passa por essas placas pode causar graves acidentes, incluindo risco de morte, se não forem devidamente protegidas. Além disso, a exposição a animais, intencional ou não, pode resultar em danos aos painéis solares, prejudicando a eficiência do sistema e aumentando os custos de manutenção. Por isso, manter as placas de energia protegidas por cercamentos adequados aumenta sua vida útil e, consequentemente, o retorno sobre o investimento.
Para garantir a eficácia dos cercamentos, é importante considerar diversos fatores. A metragem da área a ser cercada, a topografia do terreno, o trânsito de pessoas ou animais e o ambiente devem ser levados em conta na escolha do tipo de cercamento. Felizmente, o mercado dispõe de uma variedade de soluções capazes de atender às necessidades específicas de cada área.
Embora ainda não exista um padrão ou norma específica para cercamentos de sistemas fotovoltaicos, é essencial seguir os princípios básicos de cercamento, adaptando-os às condições locais. Isso garantirá a segurança das instalações e a integridade dos equipamentos ao longo do tempo.
Por exemplo, em áreas suscetíveis a roubos, é aconselhável utilizar telas de segurança eletrosoldadas ou gradis, e sobre essas cercas, instalar concertinas para reforçar ainda mais a proteção. Adicionalmente, a integração de fixadores de segurança e sensores de presença pode maximizar a proteção desses sistemas. Em ambientes com alta salinidade, como por exemplo as regiões costeiras, telas revestidas com PVC de alta aderência são recomendadas devido à sua resistência à corrosão.
Além disto, a manutenção regular das cercas ajuda a prevenir aberturas causadas por vandalismo e prolonga a vida útil do cercamento, que pode durar mais de 30 anos, dependendo dos materiais e do ambiente em que está instalado.
Em suma, os cercamentos são componentes fundamentais para a segurança dos painéis solares. Portanto, o investimento em cercamentos adequados é uma medida preventiva necessária, não apenas para a proteção do equipamento, mas também para fomentar a continuidade da geração de energia limpa e renovável. Em um cenário em que uma placa fotovoltaica roubada ou danificada custa muito mais caro do que o investimento em cercamentos eficazes, a segurança se torna uma prioridade incontestável.
Sobre o autor: Christian Speyer é Gerente de Marketing da Morlan, metalúrgica brasileira com forte atuação nos mercados de agropecuária, construção civil e industrial.
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