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A contradição dos ganhos do anidro no mercado físico em abril, por Mauricio Muruci

Mesmo com ganhos nos preços, comercialização do físico foi rara durante abril com usinas e distribuidoras focadas nas contratações de volume para o restante do ano antes da safra nova começar de forma mais efetiva

Redação TN Petróleo/Assessoria
05/05/2022 14:36
A contradição dos ganhos do anidro no mercado físico em abril, por Mauricio Muruci Imagem: Divulgação Visualizações: 1147 (0) (0) (0) (0)

O mercado físico de etanol teve um mês de abril marcado por médias de preços mais altos sob todas as comparações, do curto ao longo prazo. Apesar disto o período em si foi marcado pelo forte esvaziamento nas negociações entre usinas e distribuidoras. Isto porque as duas pontas se mantiveram focadas nas contratações antecipadas onde, entre março e abril, buscaram contratar antecipadamente a maior parte da demanda prevista para o ano. Mesmo assim os preços do físico foram mais altos diante da influência do etanol hidratado que avançou na primeira metade do mês. A correlação direta de preços entre o etanol hidratado e o anidro foi a base para estes avanços ainda que muitas vezes nominais por parte do anidro.

Outro ponto que chamou muita a atenção foi a perda de espaço no Ciclo Otto por conta da gasolina no mês de março, com dados mais recentes da ANP. Embora estejamos tratando de meses diferentes quando falamos das médias de preço [abril] e da perda de participação da gasolina no Ciclo Otto [março] este vetor não deixa de mostrar uma fragilidade sobre a demanda de anidro, que compõe 27,5% da gasolina no blend atual.

Neste ponto foi possível observar que entre fevereiro e março a participação da gasolina no Ciclo Otto [considerando apenas o hidratado e a gasolina em nossa metodologia] caiu de 74,06% para 68,76%, recuando 5,30 pontos porcentuais na margem. Na outra ponta, o hidratado avançou de 25,94% para 31,24% em sua participação no Ciclo Otto.

Logo, dado o cenário de preços mais altos na média do anidro no mercado físico em meio a um contexto de negociações quase inexistentes junto a uma perda de participação da gasolina no Ciclo Otto do curto prazo, foi notável a influência que apenas as altas nos preços do hidratado representaram sobre o anidro no período. De modo geral a SAFRAS & Mercado alerta que para maio o cenário deve apresentar uma leve descompressão nas altas do anidro, visto que a perspectiva para este mês é de recuo forte nos preços do hidratado no mercado físico e de esvaziamento ainda maior nas negociações de anidro, ao passo que 90% da demanda prevista para o ano já fora contratada entre março e abril deste ano.

Logo, além de preços mais baixos o anidro deve ter um quadro de vendas no físico ainda mais engessado em maio. Além disso o avanço da safra nova do Centro-Sul deve invariavelmente elevar a oferta do mesmo em um cenário de potencial queda na demanda, vistas desde março com os primeiros sinais de redução da participação da gasolina no Ciclo Otto.

Neste sentido a expectativa da SAFRAS & Mercado é que tanto o anidro quanto o hidratado devem voltar a oscilar marginalmente baixo da linha dos R$ 4,00 até o fim do mês de maio. A queda no petróleo em Londres vista com a redução do risco geopolítico com a guerra na Ucrânia deve reforçar ainda mais este vetor de baixa sobre os preços do anidro, tanto através da influência negativa sobre o etanol hidratado quanto sobre as perspectivas de queda ainda maior na demanda da gasolina com a retomada da competitividade do hidratado a partir da segunda quinzena de maio.


Sobre o autor: Mauricio Muruci é Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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