A defesa das indústrias alfandegadas pelos executivos ocorreu ontem, durante reunião na sede do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Vevículos Automotores (Sindipeças), na Capital. No encontro, a empresa Ciesa Indústrias Alfandegadas S/A apresentou para representantes de aproxim...
A Tribuna
03/08/2006 00:00
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A defesa das indústrias alfandegadas pelos executivos ocorreu ontem, durante reunião na sede do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Vevículos Automotores (Sindipeças), na Capital. No encontro, a empresa Ciesa Indústrias Alfandegadas S/A apresentou para representantes de aproximadamente 20 firmas as vantagens envolvidas na criação dessas linhas de produção.A Ciesa, em parceria com a operadora portuária Fertimport (do Grupo Bunge), tem planos para instalar indústrias alfandegadas nas proximidades do Porto de Santos e em outros complexos portuários do País. Segundo consultores, ao criarem vagas de trabalho, estas unidades podem impulsionar as economias das regiões portuárias, prejudicadas com a modernização das operações marítimas na década passada.Na sessão de ontem, no Sindipeças, o vice-presidente e conselheiro da Comissão de Comércio Exterior do Sindipeças, Antonio Carlos Meduna, afirmou que o projeto tem total apoio da entidade, que vê, na sua implementação, uma maneira de dinamizar o mercado de autopeças no Brasil.Segundo Meduna, as empresas associadas à entidade acreditam que o empreendimento irá proporcionar a recuperação financeira da categoria. De 1995 a 1999, o setor de autopeças teve uma dificuldade muito grande em operar com o regime automotivo que existiu no Brasil. Nesse período, investimos mais de US$ 30 bilhões na modernização da área, mas as vendas internas de automóveis não acompanharam o investimento e tivemos que procurar o mercado externo para suportar as dificuldades do mercado interno, destacou.Após a reunião, respondendo pelo setor logístico da Eaton Ltda, uma das principais fabricantes de autopeças do País, Meduna afirmou que a expectativa da empresa em referência às indústrias alfandegadas é agregar valor à produção e obter melhores ofertas para a exportação do material. O modelo de indústrias alfandegadas certamente vai ser aproveitado pelas fabricantes. Com o tempo, o setor vai absorver esse projeto porque elimina riscos, disse o empresário, ao citar, por exemplo, a possibilidade de devolver componentes não utilizados a fornecedores estrangeiros com isenção de tributos, simplesmente por estar em uma indústria alfandegada.Já o analista de Comércio Exterior da Bosch, outra grande fabricante instalada no País, Aguinaldo de Abreu Neto, destacou que o empreendimento será cuidadosamente analisado pela empresa, que regularmente movimenta seus produtos pelo Terminal de Contêineres (Tecon), na Margem Esquerda (Guarujá) no Porto de Santos. Para alguns dos nossos produtos (como parte de ferramentas elétricas), as indústrias alfandegadas são uma opção. A nossa idéia é conhecer o projeto para, havendo viabilidade, aplicar junto a nossa fábrica, facilitando o desembaraço aduaneiro das cargas e aumentando a satisfação do nosso cliente, adiantou.A representante da fabricante ZF do Brasil, Thayani Zerbinatti, disse que a proposta deverá agilizar serviços e otimizar prazos de entregas de mercadorias aos clientes. Tanto as importações como as exportações devem ser aprimoradas. Para sua instalação, acredito que a empresa tenha que colocar na balança o ganho logístico e comparar com os gastos de implantação, explicou.Os responsáveis pelos setores de exportação e suprimentos da Prysmian Cabos e Sistemas, de Vitória (ES), Pablo Granado e Wagner Tapias, respectivamente, foram ao evento tirar dúvidas sobre o projeto. Eles queriam saber se havia possibilidade de alfandegar apenas parte de uma indústria. Após as explicações dos palestrantes convidados pela Ciesa e pelo Sindipeças, eles se convenceram de que seria mais atraente implantar uma indústria alfangada. A unidade capixaba, porém, não deverá ser modificada.ApresentaçõesConforme a gerente de Marketing da Ciesa, Sílvia Helena Douza, outros eventos do gênero serão realizados com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o Sindicato Nacional das Indústrias de Máquinas (Sindimaq) e a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).De acordo com o diretor da Ciesa, Vicente do Valle, a importância desses encontros está em mostrar a importância das indústrias alfandegadas. Existe uma base legal nele, aspectos fiscais e tributários e opções comerciais para a implantação que os investidores precisam conhecer, finalizou.Indústrias Alfandegadas em SantosA vantagem das indústrias alfandegadas está nas isenções fiscais estaduais e federais de que dispõem para receber cargas importadas, beneficiá-las e exportá-las. Esse modelo é aproveitado por montadoras, por exemplo, que podem trazer as peças de um automóvel, montá-lo no País e, em seguida, vendê-lo ao exterior pronto. Para as regiões onde irão operar, é a garantia da abertura de postos de trabalho. Mas estas atividades só podem funcionar em áreas alfandegadas, como terminais portuários, retroportuários (portos secos) e aeroviários. Com este critério, as proximidades do cais santista são locais ideais para sua instalação. Na Baixada Santista, porém, como as margens do porto estão tomadas e não há aeroportos comerciais em operação, as indústrias podem ser implantadas somente em terminais retroportuários. E há poucos desses recintos. Atualmente, existem apenas quatro, quantidade insuficiente para a expansão desta atividade. A saída está na mudança das leis federais, facilitando a criação desses recintos, segundo consultores. Estas alterações constam de uma medida provisória sendo elaborada pelo Governo e que deve ser enviada ao Congresso nos próximos dias. Fonte: A Tribuna (Santos)
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